O mergulho é
uma prática muito antiga que consiste na exploração submarina utilizando-se
ou não de equipamentos especiais.
História
O padre italiano Giovanni Alfonso
Borelli foi o primeiro homem a mergulhar com
segurança e conforto. Seu bem-sucedido passeio subaquático, em 1679,
contou com um traje impermeável feito de couro e untado de sebo. Ele tentava,
rusticamente, reduzir as agruras causadas pelo frio, uma das grandes dores de
cabeça dos mergulhadores. Antes dele, porém, o historiador grego Heródoto relatava
que o imperador Xerxes tinha
organizado expedições para buscar, nas profundezas do oceano, os tesouros
submersos dos persas.
Aristóteles,
o notável filosofo da Grécia antiga,
narrou a descida de Alexandre, o Grande, num sino de mergulho primitivo para
observar a vida marinha.
No ano de 1899,
o francês Besnoit
Rouquayrol patenteou o primeiro aparelho de respiração
autônoma. Mas faltava uma válvula de alta pressão. Sem ela, não havia como
equilibrar as altas pressões existentes no fundo do mar.
A solução foi encontrada pelo francês Jacques-Yves Cousteau,
em 1943.
Na época, ele vivia no sul da França,
praticando caça
submarina para se manter. Junto com o engenheiro Emile Gagnham,
que projetou uma válvula de alta pressão, Cousteau aperfeiçoou o aparelho de
Rouquayrol, batizado de aqualung.
Tipos de mergulho
Existem três tipos
de mergulho: livre, autônomo e
o dependente ou
semi-autónomo (br: umbilical). O mergulho
livre ou de apnéia é
a modalidade em que o mergulhador não usa equipamentos para respiração
subaquática. No mergulho autônomo o
mergulhador é auxiliado por equipamentos que ele carrega consigo que lhe
permitem respirar debaixo d'água. Já no mergulho
dependente, o suprimento de ar não é levado pelo próprio
mergulhador, sendo a alimentação feita a partir da superfície por intermédio de
um compressor de ar e de uma mangueira.
Mergulho dependente
O mergulho dependente não
é praticado por mergulhadores amadores ou esportistas, uma vez que, como não há
limitação de ar para a permanência do homem sob a água, facilmente os limites
não descompressivos do mergulho acabam sendo
ultrapassados, exigindo assim diversas paradas programadas para descompressão.
Ademais, uma interrupção no fornecimento de ar para o mergulhador pode ser
fatal, dependendo da profundidade e do tempo que se encontra mergulhando.
Para os iniciantes
é recomendado o mergulho livre. Só com doze anos de idade é que se pode começar
com o mergulho autônomo.
O mergulho dependente é
largamente utilizado por profissionais, especialmente os que trabalham em
plataformas de petróleo e na construção civil.
Mergulho livre
O mergulho livre
consiste no mergulho sem o auxílio de equipamentos de respiração subaquática. O
mergulhador depende exclusivamente de sua capacidade
pulmonar, preparação física e principalmente do controle
emocional.
Existem várias
modalidades de mergulho livres competitivas ou não, dentre elas tem-se o
mergulho contemplativo, como o nome diz, para contemplar o ambiente aquático,
tem-se o mergulho com Lastro constante,
onde o mergulhador desce a uma determinada profundidade usando um cinto
de lastro, porém o mesmo não pode se utilizar de cabo-guia, Lastro
constante sem nadadeiras, que vale as
mesmas regras para o anterior salvo que o uso de nadadeiras, Imersão livre é
a modalidade mais natural possível, onde o mergulhador usa apenas um cabo para
descer a maior profundidade possível e retornar. Tem também o Lastro variável,
onde o mergulhador desce com o auxilio de lastro controlado (sled)
ligado ao cabo-guia. Após atingir a profundidade desejada, o mergulhador
abandona o lastro e retorna à superfície utilizando o cabo-guia ou simplesmente
usando as nadadeiras e por fim o No limits,
essa é a modalidade dos grandes profundistas. É derivada do lastro variável,
porém a diferença está no modo de retorno à superfície. O mergulhador pode
utilizar-se de um balão ou colete inflável, ou ainda outro meio mecânico para
subir o mais rápido possível, devido à grande profundidade atingida.
No Brasil temos
referências mundiais no mergulho livre, como, por exemplo, Karoline M Meyer (7
vezes recordista mundial), Ricardo da Gama Bahia (recordista mundial do
Guinness Book), Carolina Schrappe (recordista sul americana), dentre outros.
O recorde mundial
de profundidade é de -214 metros do mergulhador austríaco Herbert Nitsch, na
data de 14 de junho de 2007.
Mergulho autônomo
Mergulho autônomo,
a modalidade permite que o mergulhador fique mais tempo embaixo d'água com
auxílio do equipamento de respiração. O mergulho autônomo pode ser dividido
basicamente em: Mergulho recreativo e Mergulho técnico (ou descomprensivo). Os
manuais das várias certificadoras de mergulho recreacional, apontam para a
profundidade limite para este tipo de mergulho, na casa dos quarenta metros de
profundidade. A partir daí, os efeitos danarcose pelo
nitrogênio se acentuam, tornando arriscado o mergulho realizado simplesmente
com ar comprimido (composto por aproximadamente 21% de oxigênio e 79% de
nitrogênio).
Para outros tipos
de mergulho que foge do recreacional ou esportivo, são usadas misturas de
gases, como por exemplo, o "trimix", onde se aumentam as porcentagens
do gás hélio, diminuindo a de
nitrogênio e/ou oxigênio. Mergulhos considerados "profundos" são
extremamente arriscados e não são autorizados para mergulhadores recreacionais.
O recorde de
profundidade em mergulho autônomo pertence ao mergulhador técnico Sul
Africano Nuno Gomes que
desceu -318,25 metros, submetendo-se a uma pressão de quase 33 atmosferas. Para
tanto, o mergulhador deve se submeter a cursos especiais, onde tabelas de
mergulho são estudadas em detalhes, procedimentos de
emergência são apresentados e os equipamentos igualmente são especiais.
Diversos outros
tipos de mergulho têm surgido nos últimos anos.
Mergulhos
recreacionais onde se utilizam o "Nitrox",
uma mistura enriquecida de oxigênio,
igualmente exigem do mergulhador um conhecimento específico, devendo o mesmo se
submeter a cursos oferecidos pelas diversas certificadoras mundiais. As
misturas Nitrox (também conhecidas como EAN - Enriched Air Nitrox) mais comuns
são as EAN32 -
32% de oxigênio e 68% de nitrogênio - e EAN36 - 36% de oxigênio e 64% de
nitrogênio.
O mergulho
em caverna,
que mistura técnicas de Espeleologia e
mergulho, é um dos tipos mais emocionantes e fascinantes desta prática, mas
igualmente e na mesma proporção, um dos mais perigosos, exigindo dos seus
praticantes conhecimentos especializados (desde a maneira correta de bater as
pernas na natação, até o conhecimento de cabos e carretilhas, além da
utilização de equipamentos em redundância - em duplicidade).
O mergulho pode
ser usado desde para estudos da biologia marinha até para trabalhos de solda em
tubulações de gás, como é o caso dos mergulhadores da Petrobrás.
Equipamento de mergulho
Para um mergulho
seguro, é necessário o uso uma série de equipamentos que proporcionarão
tranqüilidade, conforto e, obviamente, segurança ao mergulhador. Para uma
descrição mais detalhada sobre cada um desses equipamentos, veja o artigo
principal: Equipamentos de
mergulho.
Máscara de mergulho
Cilindro de ar comprimido
O que diferencia a
capacidade e a quantidade de ar dentro
do cilindro,
além, naturalmente, do seu tamanho é a pressão utilizada
no seu enchimento. Os cilindros mais utilizados pelos mergulhadores pesam de
doze a quinze quilos e operam com aproximadamente 200 BAR de pressão, tendo um
volume interno de cerca de 11 a 15 litros. Por exemplo, um cilindro modelo S80
de 11 litros de volume interno, se enchido a uma pressão de 200 BAR terá em seu
interior um total de 2.200 litros de ar comprimido.
Obrigatoriamente,
quando o cilindro é recarregado com outro tipo de mistura gasosa, diferente
do ar comprimido,
deve-se apresentar uma identificação visual própria, alertando o mergulhador
sobre qual é o gás que está contido no cilindro.
A relação
tempo/cilindro é variável, pois depende da profundidade (pressão que se
encontra o mergulhador) e do ritmo respiratório.
Regulador de Pressão
O mecanismo que
permite respirar embaixo d´agua o ar comprimido é o regulador de pressão que é
acoplado ao cilindro de ar comprimido, reduz sua pressão até a pressão ambiente
e conduz o gás por mangueiras até a boca do mergulhador, abrindo e fechando
para liberar o ar a cada respirada.
Roupas isolantes
As roupas
isolantes evitam a perda do calor do
corpo e protege a pele contra queimaduras de corais, animais venenosos ou
cortes de pedras. Geralmente, são feitas de neoprene,
um tipo de borracha que contém milhares de minúsculas bolhas em seu interior.
Esse tipo de vestimenta foi criada em 1953, pelos irmãos Bob e Bill Meistrell,
fundadores da Body Glove,
com o primeiro wetsuit prático da história.
Graças a essa
característica, a água que entra na roupa não sai, logo ela é aquecida pela
temperatura corporal e cria uma barreira isolante entre o mergulhador e o meio
líquido no qual ele está envolto.
Existem também as
roupas secas feitas de neoprene ou borracha vulcanizada, que impedem a passagem
de água para dentro roupa. São muito usadas em locais inóspitos e muito frios,
como em cavernas, mergulhos profundos, em altitudes e embaixo do gelo ou durante
atividades muito prolongadas como no caso do mergulho comercial.
Para as
"roupas secas" se exige conhecimento técnico específico, sendo que as
diversas certificadoras de mergulho recreacional no mundo apresentam cursos
próprios.
Manômetro e Profundímetro
O manômetro é um
medidor da pressão do gás existente no cilindro. Pode ser medido em BAR ou PSI.
O profundímetro é
um medidor da profundidade em que o mergulhador se encontra submerso. A
profundidade pode ser medida em metros (sistema métrico) ou pés (sistema
imperial).
Snorkel
Snorkel é
um tubo de aproximadamente trinta centímetros que contém um bocal e permite ao
mergulhador respirar o ar do ambiente pela boca, sem levantar a cabeça da água.
Os mais atuais possuem uma válvula (válvula de purga) que permite a respiração
e aspiração em diferentes estágios. Possuem também um dispositivo
"quebra-onda" na extremidade que auxilia no mergulho em águas
marítimas, não deixando a água inundar o tubo.
Faca de mergulho
Cinto de lastro
Equipamento
utilizado para compensar a flutuabilidade causada principalmente pela roupa
isolante e pela gordura corporal. A quantidade de lastro (chumbo)
varia de mergulhador para mergulhador, dependendo assim da sua flutuabilidade
natural. Pode ser substituído por bolso de lastro em alguns coletes
equilibradores.
Nadadeiras
Uma vez que não se
utilizam os braços na natação subaquática, o movimento das pernas é
o responsável pelo deslocamento do mergulhador sendo assim a escolha da nadadeira é
muito importante para cada tipo de modalidade.
Feitas de e com
diferentes tipos de borracha, silicone, fibra de carbono e outros polímeros,
as nadadeiras podem ser classificas em dois modelos: de calcanhar aberto
(nadadeiras abertas), que exige o uso de umabota por dentro da
nadadeira; e a de calcanhar fechado (nadadeiras fechadas).
De tamanhos
variáveis, conforme a utilização, normalmente as de tamanho grande (jumbo) são
indicadas para o mergulho livre (sempre de calcanhar fechado) uma vez que se
exige maior velocidade do mergulhador para atingir a profundidade desejada, já
que não há suprimento de ar além dos limites dos pulmões; as intermediárias no
tamanho e largura ( quase sempre de calcanhar aberto) são indicas para mergulho
autônomo, que necessitam de força mais sem muita movimentação da agua, pois
levantaria muita suspensão (poeira do fundo)
uma vez que o mergulhador autônomo ficam em contato por mais tempo com o fundo
do mar.
Os menores e totalmente de borracha são muito utilizadas para o bodyboard e
algumas forças armadas as preferem por ser mais fácil de andar uma distancia
maior se necessário.
Colete equilibrador - "BC"
Equipamento de segurança,
o colete equilibrador ou "compensador de
flutuabilidade" é necessário para manter uma flutuabilidade perfeita do
mergulhador. É formado por um colete com bolsas que se inflam de ar na
medida em que o mergulhador aciona um botão próprio (power), ligado a
uma mangueira de baixa pressão ao cilindro. Inflando o colete, naturalmente em
razão do ar nas bolsas, tenderá a flutuar, e torna-se equipamento de segurança
para a flutuação do mergulhador na superfície. Da mesma maneira, o próprio
mergulhador pode desinflar o colete, apertando outro botão de
comando. Com tal manobra, deixa-se o ar escapar, diminuindo-se a capacidade de
flutuação, afundando por conseqüência.
Uma perfeita
regulagem pelo mergulhador torna o mergulho além de seguro, extremamente
confortável.
Lanterna
De uso obrigatório
nos mergulhos noturnos, quando, inclusive, se exige mais de uma lanterna como
equipamento de segurança, é também utilizada durante o dia para melhor
visualização do interior de tocas. Quando a lanterna é apontada para uma
criatura marinha ou coral ela revela a sua verdadeira cor, porque quanto mais
fundo mais as cores se perdem devido à refração da luz.
O único meio de se observar a verdadeira coloração é através de uma fonte
alternativa de luz (lanterna).
Computadores
Um computador
de mergulho consiste em um equipamento eletrônico com
sensores que detectam a pressão ambiente e a imersão em água, alguns modelos
detectam também a temperatura da água e/ou a pressão do cilindro.
A detecção da imersão em água dá início à marcação do tempo de mergulho, a pressão ambiente é utilizada junto com este tempo para o cálculo da absorção de gases pelos tecidos do corpo do mergulhador.
Seguindo um algoritmo especializado na absorção/eliminação de gases pelo corpo humano (existem diversos deles como: US Navy, DCIEM, RGBM, VPM, entre outros), o computador de mergulho apresenta o tempo limite de permanência em uma determinada profundidade sem a necessidade de descompressão, chamada de Limite Não Descompressivo (LND). Se o LND é extrapolado, o algoritmo é utilizado para calcular o procedimento de descompressão, que constitui-se de paradas por tempo e em profundidade determinados, que é apresentado pelo computador.
Todo este procedimento visa reduzir os riscos de Doença Descompressiva. O computador de mergulho indica ainda os intervalos de tempo de superfície, calcula o tempo de mergulhos sucessivos e o período de impossibilidade de voar (recomendado em função da redução da pressão ambiente durante o vôo, o que pode favorecer o surgimento de Doença Descompressiva).
Em alguns modelos mais complexos o cálculo do mergulho pode envolver mais de um tipo de mistura gasosa ou o uso de outros gases, como o Hélio (He), muito utilizado em mergulhos profissionais e técnicos.
Alguns modelos também podem ter a leitura da pressão restante no cilindro Scuba, o que permite o cálculo da curva de consumo do mergulhador.
A detecção da imersão em água dá início à marcação do tempo de mergulho, a pressão ambiente é utilizada junto com este tempo para o cálculo da absorção de gases pelos tecidos do corpo do mergulhador.
Seguindo um algoritmo especializado na absorção/eliminação de gases pelo corpo humano (existem diversos deles como: US Navy, DCIEM, RGBM, VPM, entre outros), o computador de mergulho apresenta o tempo limite de permanência em uma determinada profundidade sem a necessidade de descompressão, chamada de Limite Não Descompressivo (LND). Se o LND é extrapolado, o algoritmo é utilizado para calcular o procedimento de descompressão, que constitui-se de paradas por tempo e em profundidade determinados, que é apresentado pelo computador.
Todo este procedimento visa reduzir os riscos de Doença Descompressiva. O computador de mergulho indica ainda os intervalos de tempo de superfície, calcula o tempo de mergulhos sucessivos e o período de impossibilidade de voar (recomendado em função da redução da pressão ambiente durante o vôo, o que pode favorecer o surgimento de Doença Descompressiva).
Em alguns modelos mais complexos o cálculo do mergulho pode envolver mais de um tipo de mistura gasosa ou o uso de outros gases, como o Hélio (He), muito utilizado em mergulhos profissionais e técnicos.
Alguns modelos também podem ter a leitura da pressão restante no cilindro Scuba, o que permite o cálculo da curva de consumo do mergulhador.
Nitrogênio residual
O nitrogênio residual
é o nitrogênio remanescente no corpo após um mergulho, cujo tempo de demora
para ser eliminado depende do tempo de mergulho e da profundidade atingida.
Como regra, o tempo de segurança entre um mergulho e outro é de doze horas, mas
em casos especiais este tempo deve ser aumentado (por exemplo, quando se
ultrapassa os limites do mergulho não descompressivo). Caso a eliminação do
nitrogênio residual seja deficiente (por fatores de saúde ou externos como uma
subida muito rápida) pode ocorrer a geração de bolhas de nitrogênio que não
conseguem ser eliminadas do corpo humano, ficando retidas em tecidos ou na
circulação sanguínea. Esta ocorrência é chamada de doença
descompressiva.
O exemplo
ilustrativo clássico da doença descompressiva, conhecida popularmente por
"bends", do inglês: dobrar, é da abertura abrupta de uma garrafa de
refrigerante ou de uma garrafa de champagne. O gás sob
pressão no interior da garrafa fica misturado ao líquido sem apresentar
qualquer indicador visual da sua existência.
Com a abertura da
tampa, de forma rápida, o gás carbônico que
estava diluído no líquido se transforma rapidamente em bolhas, formando-se
assim a espuma característica. Ao contrário, caso se faça um pequeníssimo furo
ou uma abertura de igual tamanho na rolha ou na tampa da garrafa,
permitindo a saída do gás de forma lenta, não há a formação de bolhas. Da mesma
forma, quando respirado sob pressão, o nitrogênio se dissolve no sangue de
forma imperceptível (lembremos que a cada dez metros de profundidade há um
aumento de uma atmosfera de pressão).
Quanto mais tempo
e mais profundo se mergulha, maior a concentração de nitrogênio no sangue e nos
tecidos. Mantida a mesma profundidade, ou subindo-se de forma lenta e com a
observância das tabelas de descompressão,
o nitrogênio se transforma em micro bolhas que são filtradas pelos alvéolos pulmonares e
eliminados naturalmente pela respiração.
Ao contrário, caso
haja uma subida rápida e/ou sem observar os limites impostos nas tabelas de
mergulho, o nitrogênio diluído no sangue acaba por se transformar rapidamente
em bolhas,
que por sua vez, se expandem procurando sair também rapidamente do sangue e dos
tecidos. A rapidez como as bolhas buscam sair do sangue e eventual formação e
parada destas bolhas na corrente sanguínea podem causar diversas lesões no
corpo humano, desde gravíssimas hemorragias até paradas cardio-respiratórias,
podendo levar o mergulhador ao óbito.
Como regra simples
e de fácil entendimento, poderíamos traçar uma linha entre o tempo de mergulho
e a profundidade,
sendo que conforme mais se avança no tempo de duração do mergulho e na
profundidade atingida, maior o tempo para que o corpo consiga eliminar as
bolhas de nitrogênio que se formam no sangue quando o ar é respirado sob
pressão.
As primeiras
tabelas de mergulho foram feitas com base em militares da marinha americana,
sendo que naturalmente os mesmos apresentavam condições físicas superiores a
uma pessoa normal (sem o treinamento físico a que eram submetidos). Com o
passar do tempo, novas tabelas foram sendo elaboradas, levando em consideração
um mergulhador sem a condição física privilegiada dos militares da marinha. Com
isso, as tabelas apresentaram tempos superiores para a descompressão
(eliminação das bolhas de nitrogênio no sangue e nos tecidos).
Com o acesso
facilitado às câmaras hiperbáricas (câmaras
onde a pressão é superior a da atmosfera, reguladas artificial e
controladamente por técnicos), possibilitou aos mergulhadores, não só os
profissionais e militares, como aos amadores, um socorro mais eficaz para as doenças
descompressivas.
Embolia traumática
A embolia traumática
é um dos mais perigosos acidentes do mergulho. Este acidente acontece se o ar
contido nos pulmões ficar bloqueado ou não for expelido em quantidade
suficiente durante a subida. O mergulhador nunca deve prender a respiração
enquanto sobe à superfície. Os gases, conforme o mergulhador sobe, se expadem
dentro do corpo, pela diminuição de pressão e podem até estourar os pulmões.
A velocidade
normal e máxima de subida é de 18 metros por minuto. Uma velocidade menor é
aceitável e apropriada.
Narcose
O nitrogênio quando
respirado sob pressão pode trazer efeitos para a consciência humana. Quanto
mais profundo, aumentando-se a pressão parcial do nitrogênio, maiores os
efeitos da narcose, que se assemelham muito aos efeitos do álcool no organismo humano.
Euforia,
desorientação e atitudes inconseqüentes são sinais bastante comuns da narcose.
Tão logo o mergulhador perceba tais sintomas deve imediatamente subir para uma
profundidade onde os mesmos não mais se pronunciem.
Da mesma forma que
conforme se aumenta a profundidade, os sintomas se
tornam mais fortes, diminuindo-se a profundidade os sintomas tendem a
desaparecer por completo.
Embora a narcose
por nitrogênio seja a mais amplamente divulgada, alguns estudos apontam para a
existência da narcose por oxigênio. Apesar do oxigênio apresentar capacidade de
narcose maior que o nitrogênio, seu rápido metabolismo pelo corpo humano
diminui seu impacto.
Ataques de animais
Apesar de pouco
comuns, podem causar lesões nos mergulhadores exigindo socorro imediato e a
intervenção médica em alguns casos.
Na verdade o
imaginário popular, aumentado pela imagem distorcida dos filmes cinematográficos,
aponta o tubarão como o mais
sério dos ataques dos animais marinhos. Entretanto, estatisticamente, morrem
mais pessoas picadas por abelhas e atacadas por hipopótamos, que mergulhadores
mordidos por tubarões. Mesmo numa escala bastante reduzida, comparado a outros
tipos de ataques de animais sob a face da terra, o ataque de tubarões é mais
comum contra banhistas e surfistas do
que contra mergulhadores. Tal fato se explica principalmente porquanto ataques
de tubarões ocorrem na esmagadora maioria como uma forma equivocada de
alimentação, uma vez que o ser humano, efetivamente, não faz parte de a sua
cadeia alimentar.
Os mergulhadores
estão mais sujeitos a lesões causadas por animais que possuem espinhos,
como raias ou ouriços
do mar, ou que produzem substâncias urticantes,
como por exemplo, as águas vivas.
Também na grande maioria, tais ferimentos ocorrem de forma acidental, quando o
mergulhador entra em contato com estes tipos de animais.
Um conhecimento um
pouco mais apurado e uma cautela maior quando na presença destes animais, evita
na quase totalidade dos casos, acidentes e ferimentos.
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