O Quadro de Material Bélico é o serviço do Exército que realiza apoio logístico voltado para a manutenção do material bélico, principalmente, os armamentos, as viaturas e as aeronaves, no tocante ao suprimento de peças e conjuntos de reparação destinados a esses materiais. Entre suas atribuições se incluem também o suprimento de combustíveis, óleos, graxas e lubrificantes para motores e máquinas.
Criação do Quadro de Material Bélico no EB
Foi criado por meio da Lei 3.654, de 4 novembro de 1959, o Quadro de Material Bélico, componente operacional do Exército que integrava os antigos setores que se dedicavam na obtenção e distribuição de suprimento de MAterial Bélico (MB), manutenção e evacuação de todo o material usado pela Força Terrestre (FT).
Todavia, as origens do Material Bélico remontam ao período colonial da história do Brasil, quando se organizara uma estrutura de manutenção capaz de apoiar e prestar manutenção ao material militar do Exército Colonial.
A Missão Francesa trouxe a motomecanização o que acarretou um grande volume de novos equipamentos, proporcionando um aumento significativo das necessidades de manutenção de material rodante militar, bem como das demais atividades paralelas requeridas à sua manutenção. Em razão dessa necessidade criou-se o CENTRO DE INSTRUÇÃO DE MOTORIZAÇÃO E MECANIZAÇÃO, por ordem do Marechal José Pessoa Cavalcanti Albuquerque e do General Carlos Flores Paiva Chaves. O Centro ampliou-se, e foi sendo sucessivamente denominado: ESCOLA DE MOTOMECANlZAÇÃO (1942) e ESCOLA DE MATERIAL BÉLICO (1960), quando incorporou o Curso de Armamento e Munições que era ministrado na ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA.
O Patrono
O Ten Gen Carlos Antônio Napion nasceu em Turim - Itália, em 1756. Sua história confunde-se com a do Material Bélico no Brasil.Revelou-se, desde cedo, um aficcionado pelo estudo da metalurgia E da química, buscando sempre o melhor aproveitamento militar para os metais. Em 1800, após a conquista da Itália por Napoleão, passa a servir ao Reino de Portugal como contratado.
Veio para o Brasil em 1808, integrando a comitiva da Família Real. Aqui chegando, foram atribuídas ao Ten Gen Napion múltiplas e difíceis missões ligadas à defesa e implantação da Indústria Militar de Material Bélico, bem como ao ensino militar superior. No setor de Material Bélico, na função de Inspetor Geral Real, criou e dirigiu a Fábrica Estrela e o Arsenal de Guerra do Rio, ambas as raízes de toda a estrutura de Material Bélico do Exército. Foi também Inspetor Geral de Artilharia, ampliando a Real Fábrica de Armas da Conceição e aprimorando a estrutura das fortalezas da colônia. Como presidente da Junta Militar da Academia Real Militar, criada por D. João em 1810, coube a Napion organizá-la e dirigi-la, fato este que lhe conferiu o privilégio de ter sido o primeiro comandante das Academias Militares em terras brasileiras.
Seu nome figura em primeiro lugar na galeria de Ex-comandantes, localizada na Academia Militar das Agulhas Negras. Permaneceu nesta função até sua morte em 27 de junho de 1814. Seus restos mortais encontram-se no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro. O precioso legado de profícuas realizações tornou-o merecedor do reconhecimento da Instituição e do País, materializado através do decreto presidencial de 1966 que o consagra Patrono do Quadro de Material Bélico.
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