terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tiro desportivo

O tiro desportivo é uma modalidade desportiva que envolve teste de precisão e velocidade no manejo de uma arma de fogo ou de ar comprimido. A prática dessa modalidade requer treinamento e disciplina. É indispensável o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) como óculos e protetor auricular. Todas as normas são reguladas pela ISSF (International Shooting Sport Federation) organismo internacional sediado na Alemanha O tiro com arco não é considerado dentro deste desporto e é regulado por uma federação própria, a FITA.

Tiro nos Jogos Olímpicos
O número de provas de tiro ao alvo já variou bastante ao longo dos jogos. Foram 21 modalidades em 1920 e apenas duas em 1932. Nenhuma foi disputada em 1928. Três provas para as mulheres foram introduzidas em 1984. Antes disso, elas disputaram pela primeira vez em 1968, mas em competições masculinas. A mexicana Nuria Ortiz foi a pioneira e terminou em 13º lugar na prova de skeet. A primeira mulher a ganhar uma medalha no tiro chamava-se Margaret Murdock, em 1976, com carabina de três posições. O tenente do exército brasileiro Guilherme Paraense foi o primeiro esportista do país a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, feito conseguido nos Jogos de Antuérpia 1920, na modalidade tiro rápido. Durval Guimarães representou o Brasil em cinco olimpíadas consecutivas. Nos jogos de 1976, o atleta Paul Cerutti foi desclassificado das provas de tiro por estar dopado. O mais curioso é que ele tinha terminado em 43º lugar entre 44 competidores.

Tiro com arco

O tiro com arco, prática de utilizar um arco e flechas para atingir um alvo, surgiu como atividade de caça e guerra nos primórdios da civilização, com indícios de sua prática ainda na pré-história. A introdução de armas de fogo retirou do arco e flecha sua função bélica, levando-o a um declínio em sua popularidade. A partir dos séculos XVI e XVII, entretanto, a prática passou a ser cada vez mais tratada como desporto, com torneios semelhantes aos atuais surgindo notadamente na Inglaterra.[4] O mais antigo torneio de tiro com arco registrado, o Scorton Arrow, foi disputado em 1673, em Yorkshire. O tiro com arco foi introduzido nos Jogos Olímpicos modernos em 1900, sendo disputado até 1920. A discrepância entre as regras aplicadas nos diferentes países fez com que a modalidade ficasse ausente do evento por várias décadas. A partir de 1972, em Munique, com a adoção das regras da Federação Internacional de Tiro com Arco, (FITA), por um número suficiente de países, o tiro com arco voltou à condição de desporto olímpico, a qual mantém até hoje.
Equipamento
No tiro com arco moderno são utilizados principalmente dois tipos de arco: o recurvo e o composto. Há também uma enorme variedade de arcos de origens étnicas, entre os quais inclui-se olongbow. São frequentemente feitos à mão, com materiais não industrializados e contam com competições específicas.
Arco Recurvo

É o único tipo de arco permitido nos Jogos Olímpicos. Basicamente um arco recurvo é composto por lâminas, punho e corda. Adicionalmente são costumeiramente acrescentados outros componentes, como mira, estabilizadores e outros. O seu princípio de funcionamento baseia-se na acumulação de energia nas lâminas do arco, que são peças acopladas ao punho (local onde se segura o arco). Essas peças são feitas de madeira laminada ou materiais sintéticos, dentre os quais se destacam os compostos de carbono.
Arco Composto

Segundo o que consta no artigo sobre os mongóis, foram estes os primeiros inventores do arco composto adicionando materiais a sua confecção tais como ossos e outros tipos de madeira. com a finalidade de alcançar maiores potências de tiro com menor esforço. O arco composto moderno possui um sistema de roldanas elípticas, que aumentam a quantidade de energia armazenada pelo arco, permitindo ao arqueiro reduzir a força que emprega enquanto tenciona o arco. Dessa forma, um arqueiro alcança facilmente maiores potências de tiro, a partir de 60 libras, o que torna o uso deste equipamento muito popular não só em competições, como também na caça esportiva de animais de grande porte. A corda do arco, feita de kevlar e de outros materiais sintéticos de elevada resistência e durabilidade, deve ser esticada com auxilio de gatilho para arco composto, com ambos os braços em linha reta, até encostar no queixo. Só depois de conseguir fazer naturalmente este movimento, sem esforço exagerado, é que o candidato a arqueiro começa a praticar com flechas.
Flecha

A flecha consiste em uma haste de seção circular, possuindo na extremidade anterior uma ponta perfurante e na extremidade posterior um conjunto de três aletas estabilizadoras, conhecidas como penas. As penas são afixadas lateralmente no corpo da flecha, enquanto na extremidade propriamente dita é colocada uma peça em forma de "U", conhecida como nock, cuja finalidade é prender a flecha na corda do arco. As flechas modernas podem ser feitas de alumínio, madeira, de fibra de carbono com pontas de aço, nock plástico e aletas plásticas ou penas naturais de ganso.
Alvo

Os alvos são feitos de papel simples ou entretelado, ou de materiais sintéticos, como o Tyvek®. Consiste em um diagrama de anéis concêntricos graduados de 10 a 6 a partir do centro, identificado pelas cores amarelo (10 e 9 pontos), vermelho (8 e 7) e azul (6 pontos). Nos torneios outdoor, o alvo é complementado com anéis no valor de 5 a 1, nas cores azul(5), preto (4 e 3) e branco (2 e 1). Quem manda uma flecha bem no meio, no número 10, "acerta na mosca", como é popularmente chamado o ponto central do alvo identificado com um sinal de+. O tamanho do alvo obedece padrões internacionais de tamanho de acordo com a distância em que as flechas são atiradas. No início do aprendizado, alvos são colocados a cinco ou dez metros de distância. Com o tempo, o atleta começa a treinar com distâncias maiores, até chegar aos dezoito metros, medida padrão das competições em ambientes fechados (indoor). Em competições indoor cada arqueiro dispara duas séries de trinta flechas, totalizando sessenta flechas em alvos de 20 centímetros de diâmetro. Em torneios ao ar livre, o alvo chega a 122 cm de diâmetro para distâncias de até 90 metros.
Formas de competição
Algumas competições internacionais utilizam na fase de qualificação o chamado Fita Round, no qual os arqueiros atiram a distâncias de 90, 70, 50 e 30 metros para homens e 70, 60, 50 e 30 metros para mulheres, disparando 36 flechas em cada uma. Após isso segue-se do combate em duplas, que determinará o campeão do torneio. Em alguns campeonatos é apenas feito o Fita Round. O título de Campeão Brasileiro de Tiro com Arco é atualmente dado ao vencedor do Fita Round. Outra modalidade aplicada ao tiro com arco, é a prova indoor, onde o arqueiro ou arqueira, a 18 metros do alvo, atira dez séries de três tiros em 2 rounds, perfazendo o total de sessenta tiros, podendo alcançar um máximo de 600 pontos.
Tiro com arco nos Jogos Olímpicos

O programa olímpico integrou o tiro com arco entre os Jogos Olímpicos de Verão de 1900 e os Jogos de 1920 (expecto em 1912), com provas muito diversas. O desporto regressou aos Jogos Olímpicos em 1972, sendo disputado apenas no individual até 1984, passando, a partir de 1988, a incluir a disputa por equipes. Nos Jogos Olímpicos jogam-se quatro eventos de tiro com arco, todos realizados ao ar livre, utilizando um arco recurvo na distância de setenta metros. A prova é disputada individualmente e por equipes, por ambos os sexos. Na rodada qualificatória, 64 arqueiros disparam 72 flechas (6 séries de 6 flechas em duas rodadas) sobre um alvo com 1,22 metro de diâmetro. A pontuação obtida é usada para formar as chaves da fase eliminatória (o 1º contra o 64º; o 2º contra o 63º e assim por diante). Na fase eliminatória e feito o "combate olímpico", disputa entre dois arqueiros a 70m na qual são disparadas 4 rodadas de 3 flechas, o arqueiro com a pontuação maior avança para a fase seguinte. A Coreia do Sul é o país com maior tradição olímpica do Tiro com Arco. Desde os jogos de 1984, este país conquistou 16 das 26 medalhas de ouro no esporte. Em Pequim 2008, os atletas sul-coreanos estabelecerem cinco novos recordes olímpicos, um recorde mundial, e conquistaram sua sexta medalha de ouro consecutiva na competição por equipes femininas, além da terceira consecutiva por equipes masculinas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Jiu-jitsu

Jiu-jitsu, ou jiu-jítsu (em japonês: transl. jū, "suavidade", "brandura", e jutsu, "arte", "técnica"), é uma arte marcial japonesa, que utiliza como principais técnicas golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar um oponente. Sua origem, como sucede com quase todas as artes marciais vetustas, não pode ser apontada com total certeza, o que se sabe em claro é que seu principal ambiente de desenvolvimento e refino foi nas escolas de samurais, a casta guerreira do Japão. Contudo, outros levantam a hipótese de ser originária, posto que por influência apenas, desde a Índia. A finalidade e corolário de sua criação foi a situação fática na qual, no campo de batalha ou durante qualquer enfrentamento, um samurai pode acabar sem suas espadas ou lanças, daí que ele precisava de um método de defesa. Precipuamente, os golpes concentram-se em projeções (nage waza) e luxações e torções (kansetsu waza), haja vista que os golpes traumáticos não se mostravam eficazes, pois, no ambiente de luta, os samurais encaminhavam-se às batalhas usando de armaduras. A bem da verdade, o guerreiro feudal japonês deveria estudar inúmeras artes marciais, porquanto deveria estar preparado para quaisquer circunstâncias, pois deveria defender não somente sua vida mas a de seu daimiô. O romaji jujútsu advém dos kanji jū, que quer dizer suave ou macio, e jutsu , arte ou ofício. Isso implica dizer que a tal «arte suave» nasceu como contraponto às artes rígidas, que eram executadas com a espada, kenjutsu, por exemplo. E, a despeito de ser reconhecido como utilizadora de técnicas de agarramento, o seu repertório de golpes de controle (gyaku waza) e submissão (katame waza) incluem também golpes traumáticos (ate waza). O que vai dizer quais golpes será estudado pela escola, ou linhagem, que se aprende. Basicamente, no jiu-jitsu usa-se a força (própria e, quando possível, do próprio adversário) em alavancas, o que possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer. No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário fazendo-o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma articulação.
O jiu-jitsu histórico, da mesma forma que sucedeu com o chuan fa chinês e com o caratê oquinauense, ramificou-se numa miríade de estilos, que vão do Takenuchi-ryu, que dá ênfase a socos e chutes e muito se assemelha ao caratê, ao Daito-ryu, que privilegia golpes de controlo do adversário e das energias em jogo e foi dar origem ao aiquidô. No decorrer desse processo evolutivo, a arte marcial foi incorporando novos caracteres e se aproximando mais do lado filosófico, que no passado fez surgir na cultura dos samurais uma série de conceitos e rituais, e acabou por dar origem a um estilo moderno, o Kodokan jujútsu, que logo se tornou o judô, substituindo o kanji «jutsu» por «dō» (caminho), ou tao, em chinês.
História
A arte marcial conhecida como jujútsu não foi assim chamada senão por volta do século XVII, quando o termo foi composto para designar no Japão aquelas habilidades de luta que não envolviam a utilização de armas. Nesse contexto, a denominação acabou por reunir sob sua umbrela uma grande variedade de estilos de combate, que se tinham desenvolvido até aquele momento. Não se sabe dentro de qual cércea o jujútsu foi formado numa arte marcial, por outro lado não se pode apontar em qual momento historio esse processo iniciou-se nem qual foi a semente. É aceito, contudo, o facto de que as culturas que entraram em contato intercambiavam elementos e dentro desses elementos estavam as disciplinas marciais. Destarte, posto que não formalmente, existiu esse contubérnio porque havia a migração de pessoas, comerciantes, pescadores, agentes diplomáticos etc. Ou, ainda, durante os conflitos e encontros bélicos em que se envolveu o Japão, porque, depois dum embate, vencedores e vencidos, como consequência lógica, buscavam aprender e apropriar-se daqueles métodos eficazes no campo de batalha.Índia, China, Mongólia e demais países da região, vez por outra, entraram em conflito, pelo que as artes marciais eram um importante aspecto de suas culturas. De qualquer forma, a despeito de os enfrentamentos darem-se tendo como atores forças militares, armadas, a luta desarmada formou-se e não somente composta por golpes traumáticos mas com golpes de arremesso e imobilização, como era o jiaodixi mongol. Na China, no Templo Shaolin, surgia ochuan fa , isto é, o kung fu (denominação mais comum no Ocidente), como arte marcial mas também esporte e condicionamento físico, que, na verdade, é mais um gênero, pois sob essa denominação coexiste uma grande miríade de estilos variados, que praticam exercícios e golpes também muito variados, como maior ou menor ênfase em determinado conjunto de movimentos ou forma de os aplicar.
Recuando um pouco, há menção de que, entre os séculos III e VIII AEC, uma arte de combate corpo-a-corpo sabe-se que era praticada na China e essa arte era impregnada de técnicas similares às do jujútsu. Algumas das habilidades treinadas eram, sem dúvida, golpes de luxação, controle e projeção. Tanto que se desenvolveu uma arte marcial particular, a qinna, e nesta podem ser encontradas as raízes do que viriam a ser o judô e o aiquidô. Pero o conjunto chamado de qin'na era mais propriamente uma das disciplinas marciais que compunham o Kung fu de Shaolin, ou seja, esse tipo de golpe era praticado como mais uma das habilidades que os monges deveriam exercitar. Com o tempo, porém, passou a trilhar uma via mais ou menos particular: dependendo de onde se treinava (um mosteiro, por exemplo), o instrutor (ou mestre encarregado) dava maior ou menor a certo currículo, em decorrência de suas experiências pessoais ou dos mestres anteriores. Certas técnicas e/ou artes marciais parecem ter migrado às terras nipônicas desde Índia e China, principalmente, já em meados do segundo século AEC, sendo adaptadas ao feitio local, com o descarte de movimentos plásticos e, eventualmente, desnecessários, para a compilação de conteúdo mais pragmático e voltado ao resultado eficaz num ambiente de conflito. No Japão feudal, que grosso modo foi marcado pela predominância de uma classe guerreira, os samurais, o modo de vida estabeleceu-se para atribuir a cada classe social uma função típica e essencial para o funcionamento como um todo do sistema, mais ou menos enrijecido. Deste modo, a sociedade foi organizada tendo como o topo a figura do Imperador, que detinha tanto os poderes político e militar quanto a supremacia religiosa, mas, dependendo da época, esse poder militar e consequentemente o político era assumido pelo xogum. Em nome desde, e eventualmente do imperador, existiam os daimiôs, os senhores feudais propriamente ditos, e estes controlavam um séquito de samurais. Abaixo destes, quando sem um líder, vinham os ronin. Sustentando a economia, vinham os camponeses, a grande maioria, que incluía desde os agricultores e pecuaristas aos pescadores e demais pessoas sem posses. Depois, vinham os artesãos que, apesar de fazerem os utensílios e ferramentas usados pelos demais, porque não produziam alimento eram malvistos. Por fim, vinham os mercadores.
Nesta cércea, a despeito de sua condição privilegiada, na qual um samurai não trabalhava e era sustentado por um senhor, e as classes abaixo de si deviam-lhe respeito e deferência no cotidiano, durante os momentos em que não eram necessárias suas habilidades de combate, a eles não era permitido procurar outras atividades que não as próprias de sua classe/condição. Os guerreiros japoneses viviam para um único propósito: atuar no campo de batalha. Bem assim, praticavam diversas disciplinas: kenjutsu (manuseio de espada - katana), battojutsu (corte com a espada), iaijutsu (saque da espada), kyujutsu (emprego de arco), bojutsu (emprego de bastões), naginatajutsu (emprego da alabarda — naginata), sojutsu (emprego da lança - yari) e a luta desarmada. Entrementes, a luta desarmada não recebia o nome jujútsu ainda, mas se desenvolveu como as demais disciplinas em escolas ou linhagens particulares, conhecidas por koryu oukobudo. Nesse meio tempo, as lutas desarmadas (ou que se tornaria o jujútsu) eram identificadas por vários nomes, como torite, kumiuchi, taijutsu, kogusoku koshinomawari ou wajutsu. O combate corpo-a-corpo desarmado evoluiu, portanto, como consequência natural de um processo de aperfeiçoamento. Esse movimento repetiu-se em diversas paragens, no Japão e noutros países, tal como sucedeu em Oquinaua, onde era praticada uma arte marciais muito próxima em características ao jujútsu, o gotende, que era típica da elite do reino de Ryukyu e conhecida como exclusiva da corte e muitas vezes referida como torite. O termo jujútsu não foi cunhado senão até o século XVI, quando surgiu o koryu Takenouchi-ryu, reunindo os golpes aplicados com as mãos desnudas, uma arte suave, e para diferenciar das disciplinas consideradas rígidas. Ou seja, além das habilidades com armas, como a katana ou a jitte, que seriam as artes duras ou rígidas, ou kojutsu, que visavam provocar uma ferida cortante, contundente, perfurante etc., dever-se-ia estudar as lutas sem armas, que seriam por sua vez as artes suaves, ou jiu-jitsu, que não buscavam exatamente magoar seriamente o adversário mas subjugá-lo com o menor gasto de energia.
Houve vários fatores que influíram no surgimento da arte. Durante Idade média, Idade moderna, quando não havia guerras ou querelas nas quais se necessitava dos préstimos dos samurais, estes eram vistos ou se sabia de seu envolvimento em confusões e maus hábitos, como a embriaguez. Esse tipo de acontecimento veio tornar-se mais comum e aparente por ocasião do Xogunato Tokugawa, no século XV, quando, após o estabelecimento de um governo central forte, houve um longo período sem disputas maiores. Se os maus comportamentos dos samurais eram tolerados as épocas anteriores, o mesmo não se deu com a aproximação da Idade contemporânea. Sucedeu, contudo, que sobreveio a Restauração Meiji, pelo que o último shogun perdeu prestígio e poder político-militar e com esse advento todo o modo de vida pretérito, a restarem em posição marginal tudo aquilo que o simbolizava: os samurais desceram na escala social. Os acontecimentos daquele período foram o último catalisador. Por fim, durante a transição do século XIX ao XX, um mestre de jiu-jitsu com reconhecimento veio a modificar a arte marcial, enxerindo-lhe e dando maior relevo a princípios filosóficos e pedagógicos: mestre Jigoro Kano criou o que, por motivos políticos, ficou conhecido como judô. E outro grande mestre, Morihei Ueshiba, reuniu seus conhecimentos de jiu-jítsu, tendo por espeque o estilo Daito-ryu, e, de modo expletivo, a outras artes marciais e formou uma nova modalidade, o aiquidô, que é uma forma de jujútsu bem mais suave que o judô, com ênfase no controle da energia (ki), conceitos sobre a maneira dessa energia fluir, como dosen e tai sabaki, e projeções focadas mais no próprio adversário. Além de evoluir na direção de modalidades neófitas, o jiu-jitsu, no começo do século XX, sofreu grande influência do caratê, pelo que notáveis mestres de jiu-jitsu passaram a praticar e estudar profundamente a arte oquinauense, tornando com o tempo grandes mestres também nas duas vertentes, como foi o caso dos mestres Yasuhiro Konishi e Hironori Otsuka, que criaram respectivamente dois estilos de Karatê, Shindo jinen ryu e Wado-ryu, que mesclam aspectos de ambas. Não se pode olvidar ainda que o mestre Gichin Funakoshi, maior divulgador do caratê no Japão, ensinou seu estilo no centro Kodokan e eventualmente estudou com Jigoro Kano, e até adoptou algumas técnicas de nage waza.

Free Running

Free running (abreviado como 3 Run) é uma atividade física, onde os praticantes (Runners) usam o ambiente disponível para a execução de movimentos baseados em liberdade e estética. Muitos praticantes consideram a prática como um esporte. Segundo algum destes, o Free Running se aproxima mais de uma atividade artística, o que o diferencia do Parkour, mas também requer um grande desempenho e mentalidade.
O Free Running incorpora movimentos dinâmicos de deslocamento do Parkour incrementados por acrobacias diversas, como movimentos de ginástica artística, "Tricking" e "Street Shunts", criando um rápido e estético modo de deslocamento. É praticado preferencialmente em ambientes que disponibilizem diversos obstáculos.
Sua criação é geralmente atribuída ao Sébastien Foucan e ao grupo Urban Free Flow, e geralmente é tido como uma arte não utilitária (conceito questionável), por fazer uso de técnicas de acrobacias, que requerem grande preparo físico e controle corporal, como saltos mortais e acrobacias, comum entende utilizados em Ginástica Olímpica ou de Acrobacias de Solo Circenses. O Free Running é uma arte que requer desempenho corporal extremo e desenvolvimento físico. Algumas acrobacias, como o Árabe ou o Double Leg, derivam de alguns esportes e artes marciais, tais como a Ginástica Olímpica e a Capoeira. Não deve ser executado em locais fechados ou pequenos, pois é preciso espaço, tempo e concentração.
Essa pratica ainda é pouca conhecida no Brasil, mas vem ganhando muitos seguidores assim como o Parkour. Existem fatores que diferenciam as duas atividades, sendo o Parkour baseado em superar obstáculos o mais rápido possível e o Free Running baseado no teor artístico e estético dos movimentos.

Carrinho de rolimã

Carrinho de rolimã ou carrinho de rolamentos é o nome dado a um carrinho, geralmente construído de madeira e rolamentos de aço, para a disputa de corridas ladeira abaixo. Ele geralmente é utilizado em descidas asfaltadas e lisas.
A construção de um carrinho geralmente é artesanal, feita com ferramentas simples, como martelo e serrote. O carrinho pode conter três ou quatro rolamentos (quase sempre usados, dispensados por mecânicas de automóveis) e é constituído de um corpo de madeira com um eixo móvel na frente, utilizado para controlar o carrinho enquanto este desce pela rua. . O freio deve ser um pouco maior que a distância do carrinho até o chão e precisa ficar em posição diagonal; para diminuir a velocidade deve puxar-se o pedaço de madeira ou uma barra de ferro para uma posição em que encoste no chão.

Não se sabe ao certo a origem. Ao que tudo indica os primeiros exemplares foram construídos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte no final da década de 1960 e começo da década de 1970, primeiras cidades a terem ruas asfaltadas e topografia íngreme. Os rolamentos, também conhecidos como rolimãs (corruptela do francês roulement), eram obtidos em oficinas que faziam manutenção dos carros da época e a madeira, de sobra de caixas ou tábuas utilizadas em obras. Os melhores rolamentos vinham da transmissão.

Arborismo

Arborismolissimos (arvorismo) é um esporto radical que consiste na travessia entre plataformas montadas no alto das árvores, ultrapassando diferentes tipos de obstáculos como escadas, pontes suspensas, tirolesas e outras atividades que podem ser criadas. A atividade é muito utilizada no turismo de aventura, para lazer e recreação, e para estudos de fauna e flora das camadas mais altas da floresta.
Terminologia
Por se tratar de um neologismo tão recente, não há registro das palavras nem no VOLP, nem em outros dicionários. Para alguns, as duas formas são perfeitamente corretas e adequadas. Para outros, as regras de derivação na língua portuguesa exigem que os derivados sejam compostos a partir dos radicais das palavras, nesse caso "arbol" ou "arbor", e portanto, "arborismo" seria a forma correta de grafia da palavra. Adicionalmente, "arvorismo" está atrelado ao verbo reflexivo "arvorar-se", e portanto com significado totalmente díspare do esporte radical entre as copas das árvores. Vale registrar que a introdução do termo "arvorismo" no Brasil foi feito por um francês, praticante do esporte, e com conhecimento notoriamente limitado da língua portuguesa. Alguns defensores da possibilidade dupla do termo, afirmam que a palavra árvore vem da palavra latina arbor, arboris. Da palavra já portuguesa árvore, fizeram-se derivados como arvorecer,arvorescência, arvorescente. Só que para a formação de outras palavras, chamadas eruditas, foi-se buscar a raiz latina e se formaram palavras como arborizar, arborização, arborista,arboricultor. No entanto, não se trata de um argumento inquestionável, uma vez que alguns dicionários não apresentam os exemplos citados com a letra "v", embora citem arborescer, arborescência e arborescente. Como se vê, o vocábulo ARVORISMO é formado a partir da palavra portuguesa árvore; já ARBORISMO é formado a partir da raiz latina. Só o uso, ao longo do tempo, vai dizer qual das duas formas irá se firmar, porém como as avenidas são arborizadas e não arvorizadas e utilizamos mais arborização, o mais provável é que fique o "arborismo." A ABETA - Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura se refere a atividade como Arvorismo. A norma da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 15500 cujo escopo é definir os termos usados nas atividades de turismo de aventura está da seguinte maneira: Arvorismo (arborismo) - locomoção por percursos em altura instalados em árvores ou em outras estruturas. Dentro das atividades de turismo de aventura, o que está se firmando é o termo arvorismo.