terça-feira, 6 de novembro de 2012

P-51 Mustang



North American Aviation P-51 Mustang foi um caça norte-americano de longo alcance com motor a pistão, usado na Segunda Guerra Mundial, na Guerra da Coreia e outros conflitos. Durante a Segunda Guerra, pilotos de Mustang alegaram terem derrubado 4.950 aeronaves inimigas, perdendo apenas para o Grumman F6F Hellcat entre os caças dos Aliados.
O Mustang foi concebido, projetado e construído pela North American Aviation (NAA), em resposta a uma especificação da Grã-Bretanha. O protótipo NA-73X voou pela primeira vez em 26 de outubro de 1940. O caça fora originalmente projetado para utilizar o motor Allison V-1710, certificado para baixas altitudes, e voou operacionalmente pela primeira vez com a Royal Air Force(RAF) britânica, nas missões de reconhecimento aéreo e ataque ao solo. A versão definitiva, o P-51D, era impulsionado pelo Packard V-1650-7, uma versão do Rolls-Royce Merlin produzida sob licença, e armado com seis metralhadoras M2 Browning .50 (12,7mm).
A partir do final de 1943, os P-51B ( e também P-51D desde a metade de 1944) foram usados pela Oitava Força Aérea da USAAF para escoltar bombardeiros pesados em missões sobre aAlemanha. Já a RAF e a Nona Força Aérea da USAAF usavam os Mustangs motorizados com Merlin como caças-bombardeiros, ajudando a consolidar a superioridade aérea dos Aliados em 1944. O P-51 também foi usado em outras frentes Aliadas, como o Norte da África, Mediterrâneo e Itália, além de limitado serviço contra o Japão na Guerra do Pacífico.
No início da Guerra da Coreia, o Mustang era o principal caça usado pelas Nações Unidas até que os caças a jato, incluindo o F-86, ocupassem seu lugar, com o Mustang passando a ser usado como caça-bombardeiro para ataques ao solo. Apesar do surgimento dos caças a jato, o Mustang permaneceu em serviço em algumas forças aéreas até o início da década de 1980. Depois da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia, muitos Mustangs foram convertidos para uso civil, especialmente para corridas aéreas.

Origens e Desenvolvimento
Em 1938, o governo britânico estabeleceu uma comissão de compra de material bélico com os Estados Unidos, liderada por Sir. Henry Self. Uma das muitas tarefas de Self era organizar a produção de aviões norte-americanos para a RAF. Contudo àquela época as escolhas estavam bastantes limitadas: nenhum dos a aviões norte-americanos possuía os padrões Europeus de construção e desempenho. Apenas o Curtiss P-40 Tomahawk tinha chegado perto, porém mesmo com a fábrica da Curtiss já a funcionar à capacidade máxima, havia dificuldades em atender à demanda por esse avião. A este ponto, o presidente da North American Aviation (NAA), James H. Kindelberger, abordou Self com a visão de vender o novobombardeiro médio da North American, o B-25 Mitchell. Em vez disso, Self perguntou se a NAA poderia produzir o P-40 Tomahawk sob licença da Curtiss.
A resposta de Kindelberger, foi que a NAA poderia produzir um melhor avião que o P-40, com o mesmo motor, e em menos tempo do que montar uma nova linha de produção para o Tomahawk. Deste início improvável viria a ser criado um dos melhores caças de toda a história. O contrato de compra foi então assinado em abril de 1940. O protótipo NA-73X foi mostrado em setembro de 1940 e realizou seu primeiro voo em 26 de outubro de 1940, apenas 149 dias após a assinatura da compra, um período de desenvolvimento considerado bastante rápido.

História Operacional
A utilização em larga escala da versão C do P-51 Mustang pelas forças aéreas dos Estados Unidos e Grã-Bretanha foi decisiva para o sucesso e continuidade dos bombardeios de longo alcance sobre a Europa ocupada pela Alemanha e seus aliados, a partir do final de 1943. A aeronave era capaz de, com um tanque decombustível extra, poder atingir autonomia de voo que lhe permitia escoltar na ida e na volta os bombardeiros aliados, tendo capacidade de combate similar aos caças europeus da época.
Antes da introdução do P-51, os bombardeiros pesados aliados B-17 e B-24 dispunham de escolta por caças P-47 Thunderbolt apenas em parte do caminho até o alvo a ser bombardeado, devido ao curto alcance daqueles caças. A Luftwaffe rapidamente aprendeu a atacar os bombardeiros fora do alcance do caças de escolta, causando perdas bastante severas. O P-51, com sua capacidade de penetrar profundamente no território inimigo em missões defensivas de escolta ou ofensivas diretas contra os caças alemães em seu próprio território, foi responsável, em boa parte, pelo sucesso aliado em anular a Luftwaffe e prejudicar o poderio industrial à serviço da Alemanha.
Sua utilização foi igualmente decisiva na Guerra do Pacífico. A partir do segundo semestre de 1944, o P-51 foi utilizado com o mesmo fim: ataques aos caças nipônicos em território inimigo e, principalmente a partir de fevereiro de 1945, como caça de escolta aos bombardeiros americanos, tendo como base principal o aeródromo de Iwojima. Note-se que o último contra-ataque japonês nesta batalha foi um ataque noturno justamente contra o acampamento dos pilotos de P-51.
Seus principais defeitos, a fragilidade do sistema de refrigeração líquida ante ao fogo antiaéreo de pequeno calibre, e a instabilidade de voo para manobrar quando armado com bombas ou foguetes, fez com que, para ataques terrestres, os aliados ocidentais tanto na europa quanto no oriente, privilegiassem a utilização de outros aviões para este fim, como o Republic P-47 Thunderbolt, que usava motor radial com refrigeração a ar.


Kart



Karting ou cartismo, também denominado kart ou carte, é uma variante de automobilismo sobre veículos simples, de quatro rodas, micro-monopostos dotados de motores de dois ou quatro tempos, refrigerados a água ou a ar. Têm chassis tubulares e massa variando entre 70 e 150 quilos, dependendo do modelo. Existem campeonatos de modalidades profissionais em todo o mundo, entretanto o país de maior influência no kartismo, e em outras áreas do automobilismo, é a Itália. Mas muitas vezes são dirigidos por diversão, como um hobby, sem necessariamente ser profissional. Normalmente é reconhecido como a porta de entrada para outras formas de automobilismo, geralmente mais caros e mais complicada. São mundialmente conhecidos por “moldarem” pilotos de destaque em categorias internacionais, como Barrichello, Ayrton, Alain ProstEmerson Fittipaldi, Piquet, Michael e muitos outros.


História
Os karts foram originalmente criados nos Estados Unidos nos anos 50  após a Segunda Guerra Mundial por pilotos de aviões interessados em inventar um desporto para os tempos de folga. O norte-americano Art Ingels é internacionalmente conhecido como o pai do kart. Ele construiu o primeiro kartódromo no sul da Califórnia em 1956. O desporto rapidamente se espalhou para outros países e atualmente é muito praticado na Europa.
No Brasil, o kart começou a tomar forma na década de 60. Atualmente, a corrida de maior destaque do kart nacional é a "500 Milhas de Kart Granja Vianna", em quais diversos pilotos do mundo inteiro disputam volta a volta todas as 12 horas de prova.
Em Portugal, o karting apareceu também na década de 60. Atualmente, há kartódromos espalhados por todo o país, mas há, em maior número, na região centro do país.
Os principais nomes da história dessa modalidade no Brasil são: Wilson Fittipaldi JrEmerson FittipaldiAyrton Senna e Rubens Barrichello.


Categorias
Para que haja equilíbrio entre os competidores as provas são divididas em categorias que observem os critérios de idade e experiência em corridas. No Brasil as categorias oficiais são:Descrição: http://bits.wikimedia.org/static-1.20wmf8/skins/common/images/magnify-clip.png
§  Mirim (PMK) – Para pilotos com idade entre 6 e 8 anos
§  Cadete (PCK) – Para pilotos com idade entre 8 e 11 anos
§  Junior Menor (PJMK) – Para pilotos com idade entre 10 e 13 anos
§  Junior (PJK) – Para pilotos com idade entre 12 e 14 anos
§  Novato (PK) – Para pilotos iniciantes no kart e com mais de 14 anos de idade
§  Graduado B (PGKB) – Para pilotos com mais de 14 anos promovidos das categorias PJ, PK, ou com diploma obtido em escola de kart reconhecida pela CBA
§  Graduado A (PGKA) – Para pilotos promovidos da PGKB
§  Sênior B (PSKB) – Para pilotos com idade mínima de 25 anos
§  Sênior A (PSKA) – Para pilotos PGKB, ou PGKA que atingiram a idade mínima de 25 anos, ou promovidos da PSKB.
§  Super Sênior (PSSK) – Para pilotos com mais de 40 anos de idade

Parakart
O karting também é utilizado como meio de inclusão por portadores de necessidades especiais, que disputam corridas em igualdade de condições com os pilotos fisicamente normais. No Brasil os mais destacados pilotos portadores de necessidades especiais são o kartista paulista Júlio Reis (surdo) e o kartista paranaense Sergio Vida (paraplégico), com muitas vitórias e títulos.
O Parakart é a única prova de karting de nível amador reservado as pessoas deficientes. A primeira e única edição foi realizada em Outubro 2002, no circuito de Almancil (Algarve). Devido a participação de 24 pilotos oriundos de 9 países diferentes, atingiu dimensões internacionais. Foi alvo de varias reportagens televisivas, artigos em jornais e tema de um livro.
Devido às dificuldades de realização e falta de apoios, não houve, de momento, mais nenhuma realização.
No Brasil, porém a categoria encontra-se em crescimento com incentivos de empresas e empresários. O primeiro campeonato oficial, chamado Copa São Paulo de Parakart, foi disputado em 2008 no Kartódromo Internacional Granja Viana, com 5 etapas e cerca de 10 pilotos inscritos. A segunda edição contou com 10 etapas e cerca de 15 pilotos. Em 2010 foi disputada a terceira edição, com 10 etapas e 21 pilotos inscritos. Em 2011, amparado pela Lei de Incentivo ao Esporte, o Parakart contará com o importante apoio da Sabesp, e seu principal campeonato passará a se chamar Copa Sabesp de Parakart, com 10 etapas e 25 pilotos inscritos.
Em julho de 2009 foi realizada, sob a chancela da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), a primeira edição do Campeonato Brasileiro de Parakart, no Kartódromo Internacional Raceland, em Pinhais - PR, na qual se sagrou campeão o piloto Dédo Jr. Já em julho de 2010, no segundo Campeonato Brasileiro da categoria, disputado no Kartódromo Internacional Granja Viana, em Cotia - SP, sagrou-se campeão o piloto Thiago Cenjor, seguido por Rafael Rodrigues (também vice em 2009) e Rony Ederson. Está prevista a realização do terceiro Campeonato Brasileiro de Parakart em julho de 2011, no Kartódromo Ayrton Senna da Silva (Interlagos), em São Paulo - SP.
No intuito de divulgar e popularizar ainda mais a categoria, além da Copa São Paulo (Copa Sabesp) e do Campeonato Brasileiro, o Parakart tem marcado presença em outros eventos importantes, como a Virada Esportiva da Cidade de São Paulo e as 500 Milhas de Kart da Granja Viana, tradicional prova que reúne os principais nomes do automobilismo brasileiro.


Asa Delta



Asa-delta é um tipo de aeronave composta por tubos de alumínio, que proporcionam a sua rigidez estrutural, e uma vela feita de tecidos, que funciona como superfície que sofre forçasaerodinâmicas, proporcionando a sustentação da asa-delta no ar. A origem deste nome, Asa-Delta, deu-se pela semelhança da letra grega, que tem forma de triângulo, como o formato da asa desta aeronave.
História
No final do século 6, os chineses construíram pipas gigantes com aerodinâmica suficiente para sustentar o peso do Wilians que pesa 80 kg. Foi apenas questão de tempo para que alguém decidisse simplesmente remover as linhas e ver o que acontecia.
alemão Otto Lilienthal é considerado o pioneiro, pois desde 1871 se dedicava a construção de planadores que ele mesmo testava em um monte construído por ele e sua equipe nas proximidades de Berlim.
estadunidense Francis Rogallo participou de um programa pioneiro da NASA que pretendia criar um pára-quedas direcionável. Dos estudos que realizou, Rogallo criou uma aeronave que possuía uma estrutura metálica apoiada em um triciclo.
Os australianos John DickensonBill Moyes e Bill Bennett foram os precursores da asa-delta na Austrália em 1969.
No BrasilLuis Claudio Mattos é considerado o precursor.
O recorde mundial de distância em linha reta alcançado por uma asa-delta é de 700,6 Km no TexasEUA pelo piloto austríaco Manfred RUHMER.
No Brasil, a maior distância percorrida por uma asa-delta foi de 452km, pelo piloto gaúcho André Wolf, decolando da cidade de Quixadá no Ceará, quebrando o recorde anterior que era dobrasiliense "Fernando DF" com 437Km, decolando da cidade de Patu no Rio Grande do Norte.
O Brasil foi campeão mundial de asa-delta por equipe em 1999 e continua sendo um dos países do mundo com maior nível técnico e de praticantes.
Os principais eventos e campeonatos de asa-delta estão listados no calendário da Federação Internacional de Aviação (FAI).
Classes
Existem duas categorias de asa deltas controladas manualmente.
Asa flexível com controle através do deslocamento de peso do piloto. Subdivididas em: asas com King Post, asas sem King Post (com mais performance).
Asa rígida com controle através de alterações aerodinâmicas feitas por spoilers acionados pelo piloto da asa-delta.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Historia do Clube Atlético Mineiro



Em 25 de março de 1908, um grupo de estudantes se reuniu no coreto do Parque Municipal, em Belo Horizonte. Esse foi o acontecimento que marcou a criação do Clube Atlético Mineiro, que romperia as fronteiras de Minas Gerais e do Brasil para se tornar um dos maiores clubes do futebol mundial. Ao longo de sua existência, o Galo se caracterizou como time do povo, o que impulsionou, de forma avassaladora, o crescimento do Clube. Como prenúncio da trajetória vitoriosa que viria a trilhar, o Atlético venceu o seu primeiro desafio. Em 21 de março de 1909, a equipe alvinegra derrotou o Sport Club Futebol por 3 a 0, na casa do adversário. O primeiro gol do Galo foi marcado por Aníbal Machado, que se tornaria um grande escritor brasileiro. 


O rival não se conformou com a derrota, pediu revanche e foi novamente superado, desta vez pelo placar de 2 a 0. Na terceira partida entre as equipes, o Atlético aplicou uma goleada por 4 a 0, resultado que causou a extinção do Sport. Pioneirismo - Os 103 anos de história do Atlético são marcados pelo pioneirismo, dentro e fora de campo. Em 1908, foi o primeiro time mineiro a trocar as antigas bolas de meia pelas bolas de couro. Seis anos mais tarde, conquistou o primeiro torneio de futebol realizado em Minas Gerais, a Taça Bueno Brandão. Em 1915, venceu o primeiro campeonato oficial de futebol do Estado, organizado pela Liga Mineira de Esportes Terrestres, atual Federação Mineira de Futebol (FMF). Em 1929, em nova página vanguardista, o Galo disputou o primeiro jogo internacional de uma equipe mineira, vencendo o então Campeão Português Victória de Setúbal, por 3 a 1. Os gols foram marcados por Mário de Castro (2) e Said. A partida foi disputada no estádio Antônio Carlos, que havia sido inaugurado em 30 de maio daquele ano e foi um dos primeiros do Brasil a instalar refletores. O jogo de inauguração do estádio, também conhecido como Estádio de Lourdes, foi contra o Corinthians e o Galo venceu por 4 a 2, gols de Mário de Castro (3) e Said. Em 17 de agosto do ano seguinte, o estádio recebeu a visita do então presidente da Fifa, Jules Rimet, que acompanhou, pela primeira vez, um jogo noturno. Ainda em 1930, o Galo teve o primeiro jogador de fora do eixo Rio-São Paulo convocado para a Seleção Brasileira: o atacante Mário de Castro. O convite, no entanto, foi recusado pelo atleta. Na ocasião, ele alegou que não vestiria nenhuma camisa que não fosse a alvinegra, com a qual marcou 195 gols em apenas 100 jogos, provavelmente a maior média do futebol mundial. Em janeiro de 1937, o Atlético se sagrou Campeão dos Campeões do Brasil, na primeira competição interestadual profissional realizada no País. O torneio foi organizado pela Federação Brasileira de Futebol (FBF) e reuniu as equipes vencedoras dos estaduais de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.


 Logo depois, a FBF se fundiu à Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em 1950, o Galo realizou inédita excursão pela Europa. Entre 2 de novembro e 7 de dezembro daquele ano, o time disputou dez partidas contra equipes da Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo e França. Foram seis vitórias, dois empates e apenas duas derrotas. A notável campanha nos frios gramados do Velho Continente, alguns cobertos de neve, rendeu ao Atlético o título simbólico de ‘Campeão do Gelo’ e abriu as portas da Europa para o futebol brasileiro. Mais um feito inédito seria alcançado em 1969, quando o Atlético se tornou a única equipe do mundo a derrotar a Seleção Brasileira que, um ano depois, conquistaria o tricampeonato mundial, no México. Atuando no Mineirão, o Galo venceu por 2 a 1, gols de Amaury e Dadá Maravilha, com Pelé, em posição de impedimento, descontando para o Brasil. Em 1971, o Atlético se sagrou o primeiro Campeão Brasileiro, conquistando o título com vitórias sobre São Paulo e Botafogo no triangular final da competição. A escrita pioneira continuou em 1992, com a conquista continental da primeira Copa Conmebol. Fundadores - Aleixanor Alves Pereira, Antônio Antunes Filho, Augusto Soares, Benjamim Moss Filho, Carlos Maciel, Eurico Catão, Francisco Monteiro, Hugo Fracarolli, Humberto Moreira, Horácio Machado, João Barbosa Sobrinho, Jorge Dias Pena, José Soares Alves, Júlio Menezes Mello, Leônidas Fulgêncio, Margival Mendes Leal, Mário Neves, Mário Lott, Mário Toledo, Mauro Brochado, Raul Fracarolli e Sinval Moreira.

História do Cruzeiro Esporte Clube


 Hoje ninguém nem relaciona diretamente uma coisa com a outra, mas o fato é que o Cruzeiro nasceu de uma iniciativa da colônia italiana que habitava Belo Horizonte nop início do século 20. No final do ano de 1920, o cônsul da Itália visitou a capital mineira e se deparou com uma multidão de conterrâneos apresentando a idéia de criar um clube de futebol da colônia. Era assim que nascia, em 2 de janeiro de 1921, a Societá Sportiva Palestra Italia, com o vermelho, o branco e o verde da bandeira italiana como cores oficiais. A partida de estréia aconteceu em abril daquele ano, contra um combinado de jogadores do Villa Nova e do Palmeiras, ambos de Nova Lima. 


O primeiro jogo oficial, porém, foi mais marcante: vitória por 3 x 0 sobre o Atlético-MG. Até então, a escalação era pródiga em nomes como Polenta, Checchino e Parizi. Foi em 1925 que o estatuto do clube passou a permitir atletas que não tivessem origem italiana – mesmo ano em que outra agremiação da colônia italiana, o Yale, foi dissolvida e viu boa parte de seus jogadores e sócios migrar para o Palestra. Isso tudo fortaleceu a equipe e levou à primeira série de conquistas, o tricampeonato mineiro entre 1928 e 30, quando brilhou o primeiro grande ídolo da história do clube, Niginho. Durante quase 20 anos, ele somou 207 gols em 272 partidas pelo Palestra Itália. Aliás, não só pelo Palestra Itália, mas pelo Palestra Mineiro. Ou, pensando bem, também pelo Ypiranga e pelo Cruzeiro Esporte Clube. Confuso, não? A história é a seguinte: em janeiro de 42, auge da Segunda Guerra Mundial, um decreto-lei do governo federal proibiu que as instituições usassem em seus nomes qualquer referência às nações do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Foi quando o nome do clube passou a ser Palestra Mineiro. 


Em setembro daquele mesmo ano, decidiu-se levar a cabo a transformação do Palestra em uma clube 100% brasileiro: adotou-se o nome Ypiranga. Mas a mudança sobreviveu apenas a uma partida. Em 7 de outubro de 1942, de uma vez por todas, inspirada pela constelação do Cruzeiro do Sul, a diretoria oficializou a criação do Cruzeiro Esporte Clube, de cor azul. A vida sob o novo nome começou bem, com o tricampeonato entre 43 e 45, em que brilhou o atacante Ismael, e a reforma do estádio cruzeirense, que passou a levar o nome do então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek. O problema é que a saúde financeira do clube não estava pronta para encarar os gastos com as obras e com o elenco: assolado por uma crise, em 52 o Cruzeiro dispensa todos os seus jogadores profissionais e passa a ser, essencialmente, um clube amador.Foi através do cachê recebido por amistosos ao redor do Estado que o clube começou a resolver a situação, que melhorou definitivamente com a construção da sede social no Barro Preto. A arrecadação aumentou e possibilitou a criação de mais uma boa equipe, a que atingiu o tricampeonato mineiro 59-61, graças a Vavá, Raimundinho, ao zagueiro Procópio e aos gols dos artilheiros Elmo e Rossi. Era o embrião da equipe que mudaria para sempre a história do Cruzeiro. Depois da inauguração do Mineirão em 65, o futebol do Estado ganhou importância. Naquele ano, o Cruzeiro ganhou o primeiro título do que seria o pentacampeonato mineiro conquistado por um esquadrão inesquecível, que tinha Zé Carlos, Piazza, o goleiro Raul Plassmann, Dirceu Lopes e, sobretudo, o maior craque da história do clube, Tostão. Além do domínio em Minas Gerais, os cruzeirenses ganharam respeito no Brasil inteiro, graças a uma conquista incontestável. Na decisão da Taça Brasil de 1966, contra o Santos de Pelé – que vivia o auge de sua carreira -, o time fez história ao marcar incríveis 6 x 2 no Mineirão. No segundo jogo, os santistas venciam por 2 x 0 ao final do primeiro tempo e já pensavam na terceira partida, de desempate, que seria disputada no Maracanã. Mas faltou combinar com o Cruzeiro: Tostão e Dirceu Lopes empataram a disputa e, aos 44, Natal deu a vitória por 3 x 2. 



Não havia argumento para negar: o Cruzeiro tinha o melhor time do Brasil. Ao contrário do que costuma acontecer, não houve uma entressafra antes da chegada da próxima geração de sucesso: as duas praticamente se fundiram. Ainda com Dirceu Lopes, Zé Carlos e Raul e com a chegada de talentos como Palhinha, Joãozinho, Eduardo, Nelinho e Perfumo, o time continuava na elite do futebol do País e esteve a ponto de conquistar duas vezes o Campeonato Brasileiro: foi vice-campeão em 74, ao perder para o Vasco da Gama, e em 75, quando caiu diante do Internacional. Essa campanha foi a que creditou a equipe para participar daquela que seria sua primeira campanha internacional vitoriosa. Na Libertadores de 76, depois de ter eliminado o Internacional naquele que é considerado um dos maiores jogos da história do futebol brasileiro – vitória cruzeirense por 5 x 4 no Mineirão –, o Cruzeiro foi até a decisão, contra o River Plate. O regulamento não contava com o saldo de gols; portanto, depois de uma vitória por 4 x 1 no Mineirão e uma derrota por 2 x 1 no Monumental de Núñez, a disputa do título foi para uma terceira partida, em campo neutro, o estádio Nacional de Santiago, no Chile. O Cruzeiro saiu na frente, viu o empate dos argentinos em 2 x 2 e, a um minuto do final, Joãozinho marcou de falta o gol do título continental. Na decisão da Copa Intercontinental, no final do ano, o Bayern de Munique de Gerd Müller e Beckenbauer foi demais para os brasileiros. No ano seguinte, nova final da Libertadores, contra o Boca Juniors: desta vez os cruzeirenses ficaram com o vice-campeonato. Então, sim, veio uma entressafra: os anos 80. Maus resultados no Brasileirão e somente dois títulos estaduais, em 84 e 87. Até de ídolos o período foi discreto, com alguns espasmos ocasionais de Carlos Alberto Seixas, Ademir, Hamílton ou do até certo ponto blasfemo Tostão II. Tudo isso, porém, passou bastante rápido. Bastou a década seguinte começar, já com o título mineiro de 90, que os cruzeirenses entraram numa inércia de títulos que parecia não acabar mais. Foram duas Supercopas da Libertadores seguidas, em 91 e 92 – com vitórias heróicas contra River Plate e Racing Club, respectivamente. Um ano depois, Cleison, Roberto Gaúcho, Nonato e companhia foram atrás de outro grande título, a primeira Copa do Brasil. O bicampeonato de 97, conquistado pelas mãos salvadoras de Dida, além de Palhinha, Ricardinho e Marcelo Ramos, credenciou o time para nova disputa da Libertadores da América, no ano seguinte. O bicampeonato sul-americano, conquistado com uma vitória por 1 x 0 sobre o Sporting Cristal do Peru, novamente não foi suficiente para levar ao título mundial. No Japão, o Cruzeiro utilizou a política duvidosa de contratar alguns atletas apenas para a disputa da partida contra o Borussia Dortmund. Os alemães fizeram 2 x 0 e o sonho de pintar o mundo de azul mais uma vez foi adiado. Goleiro Dida fechou a meta do Cruzeiro no final dos anos 90 A torcida cruzeirense, por mais sonhadora, não conseguiria imaginar que o melhor ainda estava por vir. Nos anos 2000, a presença do Cruzeiro na disputa de títulos foi quase permanente: o time de Fábio Júnior, Geovanni, Cris e do argentino Sorín busca o tri da Copa do Brasil, no ano 2000. Mas lavagem completa da alma mesmo foi em 2003. Começou com o título mineiro, veio em seguida o tetra da Copa do Brasil e, finalmente, o título mais esperado. Com todas as glórias que já contava, o Cruzeiro ainda não tinha nenhum título brasileiro. Quando ele veio, foi com sobras, encantando o Brasil: a equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo, com Gomes, Edu Dracena, Maldonado e principalmente o craque Alex, terminou 13 pontos à frente do vice-campeão Santos e concretizou a “Tríplice Coroa” que até hoje clube nenhum conseguiu: no mesmo ano, campeão estadual, da Copa do Brasil e do Brasileiro. Era o que faltava para que o clube, a priori, ser incluído entre os favoritos em absolutamente qualquer competição que disputa. Em 2009, o clube teve a chance de conquistar pela terceira vez na sua história a Copa Libertadores da América, mas sucumbiu na final diante dos argentinos do Estudiantes. A campanha no torneio foi impecável, comandada pelo jovem Ramires e o “Gladiador” Kleber. Após empatar sem gols na casa do adversário no primeiro jogo da decisão, o Cruzeiro precisava apenas vencer no Mineirão lotado para comemorar o tri, mas, de virada, perdeu para o time de Verón por 2 a 1.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As pessoas são incríveis (VIDEO)


Jogos Olímpicos


Os Jogos Olímpicos são um grande evento internacional, com esportes de verão e de inverno, em que milhares de atletas participam de várias competições. Atualmente os Jogos são realizados a cada dois anos, em anos pares, com os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno se alternando, embora ocorram a cada quatro anos no âmbito dos respectivos Jogos sazonais. Originalmente, os Jogos Olímpicos da Antiguidade foram realizados em Olímpia, na Grécia, do século VIII a.C. ao século V d.C. No século XIX, oBarão Pierre de Coubertin fundou o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894. O COI se tornou o órgão dirigente do Movimento Olímpico, cuja estrutura e as ações são definidas pela Carta Olímpica.
A evolução do Movimento Olímpico durante o século XX obrigou o COI a adaptar os Jogos para o mundo da mudança das circunstâncias sociais. Alguns destes ajustes incluíram a criação dos Jogos de Inverno para esportes do gelo e da neve, os Jogos Paralímpicos de atletas com deficiência física e visual (atualmente atletas com deficiência intelectual e auditiva não participam) e os Jogos Olímpicos da Juventude para atletas adolescentes. O COI também teve de acomodar os Jogos para as diferentes variáveis econômicas, políticas e realidades tecnológicas do século XX. Como resultado, os Jogos Olímpicos se afastaram do amadorismo puro, como imaginado por Coubertin, para permitir a participação de atletas profissionais. A crescente importância dos meios de comunicação gerou a questão do patrocínio corporativo e a comercialização dos Jogos.
O Movimento Olímpico é atualmente composto por federações esportivas internacionaiscomitês olímpicos nacionais (CONs) e comissões organizadoras de cada especificidade dos Jogos Olímpicos. Como o órgão de decisão, o COI é responsável por escolher a cidade anfitriã para cada edição. A cidade anfitriã é responsável pela organização e financiamento à celebração dos Jogos coerentes com a Carta Olímpica. O programa olímpico, que consiste no esporte que será disputado a cada Jogos Olímpicos, também é determinado pelo COI. A celebração dos Jogos abrange muitos rituais e símbolos, como a tocha e a bandeira olímpica, bem como as cerimônias de abertura e encerramento. Existem mais de 13 000 atletas que competem nos Jogos Olímpicos de Inverno e em 33 diferentes modalidades esportivas com cerca de 400 eventos. Os finalistas do primeiro, segundo e terceiro lugar de cada evento recebem medalhas olímpicas de ouro, prata ou bronze, respectivamente.
Os Jogos têm crescido em escala, a ponto de quase todas as nações serem representadas. Tal crescimento tem criado inúmeros desafios, incluindo boicotes, doping, corrupção de agentes públicos e terrorismo. A cada dois anos, os Jogos Olímpicos e sua exposição à mídia proporcionam a atletas desconhecidos a chance de alcançar fama nacional e, em casos especiais, a fama internacional. Os Jogos também constituem uma oportunidade importante para a cidade e o país se promover e mostrar-se para o mundo.

Origem e ritualística

                                                 Estádio em OlímpiaGrécia.

Os Jogos Olímpicos antigos foram uma série de competições realizadas entre representantes de várias cidades-estado da Grécia antiga, que caracterizou principalmente eventos atléticos, mas também de combate e corridas de bigas. A origem destes Jogos Olímpicos é envolta em mistério e lendas. Um dos mitos mais populares identifica Hércules e Zeus, seu pai como os progenitores dos Jogos. Segundo a lenda, foi Hércules que primeiro chamou os Jogos "Olímpicos" e estabeleceu o costume de explorá-los a cada quatro anos. A lenda persiste que, após Hércules ter completado seus doze trabalhos, ele construiu o estádio Olímpico como uma honra a Zeus. Após sua conclusão, ele andou em linha reta 200 passos e chamou essa distância de estádio (em grego: στάδιον, latim: stadium, "palco"), que mais tarde tornou-se uma unidade de distância. Outro mito associa os primeiros Jogos com o antigo conceito grego de trégua olímpica (ἐκεχειρία, ekecheiria). A data mais aceita para o início dos Jogos Olímpicos antigos é 776 a.C., que é baseada em inscrições, encontradas em Olímpia, dos vencedores de uma corrida a pé realizada a cada quatro anos a partir de 776 a.C. Os Jogos Antigos destacaram provas de corrida, pentatlo (que consiste em um evento de saltos, disco e lança-dardo, uma corrida a pé e luta), boxe, luta livre, e eventos equestres. Diz a tradição que Coroebus, um cozinheiro da cidade de Elis, foi o primeiro campeão olímpico.
As Olimpíadas foram de fundamental importância religiosa, com eventos esportivos ao lado de rituais de sacrifício em honra tanto a Zeus (cuja famosa estátua por Fídias estava em seu templo em Olímpia) quanto a Pélope, o herói divino e rei mítico de Olímpia. Pélope era famoso por sua corrida de bigas com o Rei Enomau de Pisatis. Os vencedores das provas foram admirados e imortalizados em poemas e estátuas. Os Jogos eram realizados a cada quatro anos, e este período, conhecido como uma Olimpíada, foi usado pelos gregos como uma das suas unidades de medição do tempo. Os Jogos foram parte de um ciclo conhecido como os Jogos Pan-Helénicos, que incluem osJogos Píticos, os Jogos de Neméia, e os Jogos Ístmicos.
Os Jogos Olímpicos chegaram ao seu apogeu entre os séculos VI e V a.C., mas, depois, perderam gradualmente em importância enquanto os romanos ganharam poder e influência na Grécia. Não há consenso sobre quando os Jogos terminaram oficialmente, a data mais comum, é 393 d.C., quando o imperador Teodósio I declarou que todas as práticas e cultos pagãos seriam eliminados. Outra data já é de 426 d.C., quando seu sucessor Teodósio II ordenou a destruição de todos os templos gregos. Após o fim dos Jogos Olímpicos, não foram realizados novamente até o final do século XIX.

Os Jogos da Era Moderna

Precursores

                                                    Barão Pierre de Coubertin.

A primeira tentativa significativa de trazer de volta os antigos Jogos Olímpicos foi a L'Olympiade de la République, um festival olímpico nacional realizado anualmente de 1796 a 1798 na França revolucionária. A competição incluiu várias modalidades dos antigos Jogos Olímpicos Gregos. Os Jogos de 1796 também marcaram a introdução do sistema métrico no esporte.
Em 1850 uma Olympian Class foi iniciada, para melhorar a aptidão dos locais, pelo Dr. William Penny Brookes em Much WenlockShropshire, Inglaterra. Em 1859, o Dr. Brookes renome ou Olympian Class para Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock e estes jogos anuais continuam até hoje. A Sociedade Olímpica de Wenlock foi fundada pelo Dr. Brookes em 15 de novembro de 1860.
Entre 1862 e 1867Liverpool realizou todos os anos um Grand Olympic Festival. Idealizado por John Hulley e Melly Charles, esses jogos foram os primeiros a serem totalmente amadores em sua natureza e de perspectiva internacional. O programa da primeira Olimpíada moderna, em Atenas, em 1896 foi quase idêntico ao dos Jogos Olímpicos de Liverpool. Em 1865, Hulley, o Dr. Brookes e E.G. Ravenstein fundaram a Associação Nacional Olímpica em Liverpool, precursora da Associação Olímpica Britânica. Seus artigos de fundação forneceram a estrutura para a Carta do Comitê Olímpico Internacional.

Renascimento

O interesse grego em reviver os Jogos Olímpicos começou com a guerra de independência da Grécia do Império Otomano em 1821. Foi proposto pela primeira vez pelo poeta e editor de jornalPanagiotis Soutsos em seu poema Diálogo dos Mortos, publicado em 1833. Evangelis Zappas, um rico filantropo grego, escreveu pela primeira vez ao Rei Otto da Grécia, em 1856, ofertando fundos para financiar o renascimento permanente dos Jogos Olímpicos. Zappas patrocinou os primeiros Jogos Olímpicos em 1859, que foram realizados na cidade de Atenas. Participaram atletas da Grécia e do Império Otomano. Zappas financiou a restauração do antigo Estádio Panathinaiko para que pudesse acolher todos os futuros Jogos Olímpicos.
Dr. Brookes adotou os eventos do programa dos Jogos Olímpicos realizados em Atenas em 1859, no futuro Jogos Olímpicos de Wenlock. Em 1866, foi realizada uma olimpíada nacional na Grã-Bretanha organizada pelo Dr. William Penny Brookes no The Crystal Palace de Londres.
O Estádio Panathinaiko sediou Jogos Olímpicos em 1870 e em 1875. Trinta mil espectadores lotaram o estádio e seu entorno em 1870 — maior do que quase toda a multidão nos Jogos Olímpicos do Barão de Coubertin de 1900 a 1920.
Em 1890, depois de assistir os Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock, o Barão Pierre de Coubertin se inspirou em fundar o Comitê Olímpico Internacional. Coubertin se baseou nas ideias e no trabalho de Brookes e Zappas com o objetivo de estabelecer rotação internacional aos Jogos Olímpicos e que ocorreriam a cada quatro anos. Ele apresentou essas ideias durante o primeiro Congresso Olímpico do recém-criado Comitê Olímpico Internacional. Esta reunião foi realizada de 16 de junho a 23 junho de 1894, na Sorbonne, em Paris. No último dia do congresso, foi decidido que os primeiros Jogos Olímpicos, a entrar sob os auspícios do COI, teria lugar dois anos mais tarde, em Atenas. O COI elegeu o escritor grego Dimítrios Vikélas como seu primeiro presidente.

Atenas 1896


Os primeiros jogos sob os auspícios do COI foram sediados no estádio Panathinaiko em Atenas, em 1896. Estes jogos trouxeram catorze nações e 241 atletas que competiram em 43 eventos. Zappas e seu primo Konstantinos Zappas tinham deixado ao governo grego uma relação de confiança para financiar os futuros Jogos Olímpicos. Esta confiança foi fundamental para o financiamento dos Jogos de 1896. George Averoff contribuiu generosamente para a renovação do estádio Panathinaiko para os Jogos. O governo grego também financiou a reforma por meio da venda futura de ingressos e com a venda do primeiro conjunto de selos comemorativos.
Os funcionários e o povo grego estavam entusiasmados com a experiência de sediar os Jogos. Este sentimento era partilhado por muitos dos atletas, que ainda pediram que Atenas fosse a anfitriã dos Jogos Olímpicos permanentemente. O COI não aprovou este pedido. O comitê previa que os Jogos Olímpicos modernos girassem internacionalmente. Como tal, decidiu realizar os segundos Jogos em Paris.

Mudanças e adaptações

Após o sucesso dos Jogos de 1896, os Jogos Olímpicos entraram num período de estagnação que ameaçava a sua sobrevivência. Os Jogos Olímpicos, realizados na exposição mundialde Paris em 1900, e de St. Louis em 1904 ficaram em segundo plano. Os Jogos de Paris não tiveram um estádio olímpico. Os Jogos de St. Louis receberam 650 atletas, porém 580 eram dos Estados Unidos. A pouca participação estrangeira, o pouco interesse do público (apenas duas mil pessoas acompanharam as provas em St. Louis), revelavam desinteresse pela competição. Os Jogos se recuperaram quando os Jogos Olímpicos Intercalados de 1906 (assim chamados porque foram os segundos Jogos realizados sem a terceira Olimpíada) foram realizados em Atenas. Estes Jogos não são reconhecidos oficialmente pelo COI e não foram mais realizados desde então. Estes Jogos foram sediados no estádio Panathinaiko em Atenas e atraíram uma vasta gama de participantes internacionais, o que gerou grande interesse público. Isto marcou o início de uma ascensão em popularidade e do tamanho das Olimpíadas.

Jogos de Inverno


Os Jogos Olímpicos de Inverno foram criados como um recurso aos esportes de neve e gelo que foram logisticamente impossibilitados de serem realizados durante os Jogos Olímpicos.Patinação artística (em 1908 e 1920) e hóquei no gelo (em 1920) foram apresentados como eventos olímpicos nos Jogos de Inverno. O COI então quis ampliar essa lista de esportes para abranger outras atividades do inverno. Em 1921, no Congresso Olímpico do COI, em Lausana, foi decidido realizar uma versão de inverno dos Jogos Olímpicos. Uma semana de esportes de inverno (na verdade foram 11 dias) foi realizada em 1924, em ChamonixFrança, este evento tornou-se a primeira edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. O COI determinou que os Jogos de Inverno fossem comemorados a cada quatro anos no mesmo ano de sua edição de verão. Esta tradição foi mantida até os Jogos de 1992 em Albertville, França, mas por questões logísticas e de organização houve a necessidade de se alterar o ciclo dos Jogos de Inverno, levando-os para anos pares alternados com os Jogos Olímpicos de Verão: o novo sistema começou com os Jogos de 1994, e desde então os Jogos Olímpicos de Inverno sempre são realizados no terceiro ano de cada Olimpíada.

Jogos Paralímpicos

Em 1948, Sir Ludwig Guttmann, determinado a promover a reabilitação dos soldados após a Segunda Guerra Mundial, organizou um evento multi-esportivo entre os vários hospitais, para coincidir com os Jogos Olímpicos de Verão de 1948. O evento de Guttman, conhecido depois como Stoke Mandeville Games, tornou-se um festival esportivo anual. Ao longo dos doze anos seguintes, Guttman e outros continuaram seus esforços em utilizar o esporte como um caminho para a cura. Para os Jogos Olímpicos de Verão de 1960, em Roma, Guttman trouxe 400 atletas para competir nas Olimpíadas "paralelas", que ficaram conhecidas como a primeira Paralimpíada. Desde então, os Jogos Paralímpicos foram realizados em cada ano olímpico. A partir do verão de 1988 nos Jogos Olímpicos de SeulCoreia do Sul, a cidade anfitriã para os Jogos Olímpicos também seria palco dos Jogos Paralímpicos. Este acordo de cooperação foi ratificado em 2001.

Jogos da Juventude

Iniciados em 2010 os Jogos Olímpicos da Juventude, são complementares aos Jogos Olímpicos e disputados por atletas com idades entre catorze e dezoito anos. Os Jogos Olímpicos da Juventude foram concebidos pelo presidente do COI, Jacques Rogge, em 2001, e aprovados durante o 119º Congresso do COI. Os primeiros Jogos Olímpicos da Juventude de Verão foram realizados em Cingapura, em 2010, enquanto os jogos inaugurais de inverno serão realizados em Innsbruck, na Áustria, dois anos mais tarde. Estes jogos vão ser mais curtos do que os jogos adultos; a versão de verão teve duração de doze dias, enquanto a versão de inverno vai durar nove dias. O COI vai permitir que 3 500 atletas e 875 funcionários participem dos Jogos da Juventude de Verão, e 970 atletas e 580 funcionários dos Jogos da Juventude de Inverno. Os esportes vão coincidir com as programados para os jogos tradicionais adultos, porém, haverá um número reduzido de disciplinas e eventos.

Jogos recentes

De 241 participantes, representando 14 nações em 1896, os Jogos têm crescido com cerca de 10 500 concorrentes de 204 países na Olimpíada de 2008. O escopo e a escala dos Jogos Olímpicos de Inverno é menor. Por exemplo,Turim hospedou 2 508 atletas de 80 países competindo em 84 eventos, durante os Jogos Olímpicos de Inverno 2006. Durante os Jogos, a maioria dos atletas e funcionários estão alojados na Vila Olímpica. Esta vila é destinada a ser uma casa auto-suficiente para todos os participantes olímpicos. Ela está equipada com lanchonetes, postos de saúde e locais de expressão religiosa.
O COI permite que as nações a competir que não cumprem os requisitos rigorosos para a soberania política, que procurem outras organizações internacionais. Como resultado, as colônias e dependências estão autorizadas a criarem seus próprios Comitês Olímpicos Nacionais. Exemplos disto incluem os territórios como Porto RicoBermudas, e Hong Kong, que competem como nações separadas, apesar de serem legalmente uma parte de outro país.

Comitê Olímpico Internacional

                                        Quartel general do COI em LausanneSuíça.
Movimento Olímpico abrange um grande número de organizações desportivas nacionais e internacionais e federações, reconhecido parceiros de mídia, bem como atletas, dirigentes, juízes e qualquer outra pessoa e instituição que concorda em obedecer às regras da Carta Olímpica. Como a organização de cúpula do Movimento Olímpico, o Comitê Olímpico Internacional (COI) é responsável por selecionar a cidade sede, supervisionando o planejamento dos Jogos Olímpicos, a atualização e aprovação do programa de esportes, e negociação de patrocínios e direitos de transmissão. O Movimento Olímpico é constituído por três elementos principais:
Federações Internacionais (FIs) são os organismos que regem a supervisão de um desporto a nível internacional. Por exemplo, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) é a FI para o futebol, e a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) é o órgão internacional do voleibol. Existem atualmente 35 FIs no Movimento Olímpico, representando cada um dos esportes olímpicos.
Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) representam e regulam o Movimento Olímpico em cada país. Por exemplo, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) é o CON dos Estados Unidos. Existem atualmente 205 CONs reconhecidos pelo COI.
Comitês de Organização dos Jogos Olímpicos (OCOGs) constituem as comissões temporárias responsáveis pela organização de uma festa específica dos Jogos Olímpicos. OCOGs são dissolvidos após cada edição dos Jogos, uma vez que o relatório final é entregue ao COI.
O idioma francês e o inglês são as línguas oficiais do movimento olímpico. A língua utilizada em cada edição dos Jogos Olímpicos é a língua do país de acolhimento. Cada anúncio (como o anúncio de cada país durante o desfile das nações na cerimônia de abertura) é falado nestas três línguas, ou as duas principais consoante o país de acolhimento seja um país de língua inglesa ou francesa.

Crítica

O COI tem sido muitas vezes criticado por ser uma organização intratável, com vários membros no comitê para a vida. A liderança dos presidentes do COI, Avery Brundage e Juan Antonio Samaranch, foi especialmente controversa. Brundage foi presidente por mais de vinte anos, e durante seu mandato, protegeu os Jogos Olímpicos de envolvimento político adverso. Ele foi acusado de racismo tanto para sua manipulação da questão do apartheid, com a delegação sul-africana, e antissemitismo. Sob a presidência Samaranch, o escritório foi acusado tanto de nepotismo como corrupção. A ligação de Samaranch com o regime de Francisco Franco na Espanha também foi uma fonte de crítica.
Em 1998, foi descoberto que vários membros do COI haviam subornado membros do comitê de candidatura de Salt Lake City para o acolhimento dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002, para garantir que seus votos fossem lançados em favor da proposta norte-americana. O COI seguiu uma investigação que levou à demissão de quatro membros e expulsão de outros seis. O escândalo desencadeou novas reformas que mudariam a forma de como seriam selecionadas as cidades anfitriãs, a fim de evitar casos semelhantes no futuro.
Um documentário da BBC intitulado Panorama: Buying the Games (em português: Comprando os Jogos), exibido em agosto de 2004, investigou a obtenção de propinas no processo de licitação para os Jogos Olímpicos de Verão de 2012. O documentário alegou que era possível subornar membros do COI ao votar em um candidato específico da cidade. Depois de ser derrotado em sua candidatura para Jogos Olímpicos de 2012, o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë especificamente acusou o primeiro-ministro britânico Tony Blair e o Comitê de candidatura de Londres (liderada pelo ex-campeão olímpico Sebastian Coe) de quebrar as regras propostas. Ele citou o presidente francês,Jacques Chirac como testemunha; Chirac deu entrevistas sobre sua participação. A alegação não foi totalmente explorada. A candidatura de Turim para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, também foi envolta em controvérsia. Um proeminente membro do COI, Marc Hodler, fortemente ligado com a candidatura rival de Sion, da Suíça, alegou suborno de funcionários do COI por membros do Comitê Organizador de Turim. Essas acusações levaram a uma ampla investigação. As acusações também serviram para azedar a relação de muitos membros do COI com a candidatura de Sion e possivelmente ajudou a Turim a conquistar o título de cidade anfitriã.

Comercialização

O COI inicialmente resistiu ao financiamento de patrocinadores. Não foi até a aposentadoria do presidente do COI, Avery Brundage, em 1972, que o COI começou a explorar o potencial da mídia televisiva e os mercados de publicidade lucrativa à sua disposição. Sob a liderança de Juan Antonio Samaranch os jogos começaram a mudar em direção aos patrocinadores internacionais, que procuraram vincular seus produtos com a marca olímpica; o então dirigente maior do esporte olímpico declarou que "Os esportes que não se adaptarem à televisão estarão fadados ao desaparecimento; da mesma forma, as televisões que não souberem buscar o acesso aos programas esportivos jamais conseguirão sucesso financeiro e de público."

Orçamento

Durante a primeira metade do século XX, o COI foi conduzido com um orçamento pequeno. Como presidente do COI de 1952-1972, Avery Brundage, rejeitou todas as tentativas de vincular os Jogos Olímpicos com interesse comercial. Brundage acreditava que o lobby dos interesses corporativos indevidamente impactaria as decisões do COI. A resistência de Brundage a este fluxo de receita significava que o COI deixava os próprios comitês organizarem e negociarem seus contratos de patrocínio e utilizarem os símbolos olímpicos. Quando Brundage aposentou-se do COI haviam US$ 2 milhões em ativos; oito anos mais tarde os cofres do COI havia aumentado para 45 milhões de dólares. Isto se deveu principalmente a uma mudança de ideologia para a expansão dos jogos através do patrocínio de empresas e a venda dos direitos televisivos. Quando Juan Antonio Samaranch foi eleito presidente do COI, em 1980, seu desejo era fazer com que o COI fosse financeiramente independente.
Os Jogos Olímpicos de Verão de 1984 tornaram-se um divisor de águas na história olímpica. A comissão organizadora sediada em Los Angeles, conduzida por Peter Ueberroth, foi capaz de gerar um excedente de US$ 225 milhões, que foi uma quantidade sem precedentes na época. A comissão organizadora tinha sido capaz de criar esse excedente, em parte pela venda de direitos de patrocínio exclusivo para selecionar as empresas. O COI tentou obter o controle desses direitos de patrocínio. Samaranch ajudou a estabelecer The Olympic Program (TOP), em 1985, a fim de criar uma marca olímpica. A participação no TOP era, e é, muito exclusiva e cara. Taxas ao custo US$ 50 milhões para uma adesão de quatro anos. Membros do TOP receberam direitos exclusivos de publicidade global para a sua categoria de produtos, e a utilização do símbolo olímpico, os anéis entrelaçados, nas suas publicações e anúncios.

Efeitos da televisão

Os Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim foram os primeiros jogos a serem transmitidos na televisão, mas apenas para o público local. Os Jogos Olímpicos de Inverno de 1956 foram os primeiros televisionados a nível internacional dos Jogos Olímpicos, e os seguintes Jogos de Inverno tinham vendidos os direitos de transmissão pela primeira vez para as redes de transmissão especializadas — CBS pagou US$ 394.000 dólares pelos direitos norte-americanos, e da European Broadcasting Union (EBU) foram atribuídos 660.000 dólares. Nas décadas seguintes, os Jogos Olímpicos se tornaram uma das frentes ideológicas da Guerra Fria. Superpotências disputavam a supremacia política, e o COI queria aproveitar este aumento no interesse através de um meio de transmissão. A venda dos direitos de transmissão permitiu ao COI aumentar a exposição dos Jogos Olímpicos, gerando assim mais interesse, que por sua vez criou mais atrativos para os anunciantes que compraram espaço publicitário na televisão. Este ciclo permitiu ao COI cobrar uma taxa cada vez maior por esses direitos. Por exemplo, a CBS pagou 375 milhões dólares pelos direitos dos Jogos de Nagano, enquanto a NBC gastou 3,5 bilhões dólares pelos direitos de transmissão de todos os os Jogos Olímpicos de 2000-2008.
A audiência cresceu exponencialmente desde a década de 1960 até o final do século. Isto foi devido ao uso de satélites para transmissão de televisão ao vivo em todo o mundo em 1964, e a introdução da televisão a cores em 1968. Estimativas de audiência global para os Jogos da Cidade do México em 1968 foi de 600 milhões de euros, enquanto no Jogos de Los Angeles de 1984, o número de espectadores aumentou para 900 milhões; esse número aumentou para 3,5 bilhões, em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona. No entanto, nos Jogos de Sydney, a NBC registrou a menor audiência das Olimpíadas de Verão ou de Inverno desde 1968. Isto foi atribuído a dois fatores: um é o aumento da concorrência dos canais de cabo, a segunda era a internet, que foi capaz de mostrar resultados e vídeo em tempo real. Empresas de televisão ainda estavam contando com o conteúdo da fita retardada, que foi se tornando obsoleta na era da informação. A queda nos índices significava que os estúdios de televisão teriam de dar tempo de publicidade gratuita. Com custos tão elevados cobrados para transmitir o Jogos, a pressão adicional da internet, e o aumento da concorrência a cabo, o lobby de televisão exigiu concessões do COI para aumentar sua audiência. O COI respondeu fazendo uma série de mudanças no programa olímpico. Nos Jogos de Verão, a competição de ginástica foi ampliada de sete a nove noites, e uma exibição de gala foi adicionada para atrair maior interesse. O COI também expandiu os programas de natação e mergulho, os dois esportes populares com uma ampla base de telespectadores. Por fim, o lobby de televisão norte-americana foi capaz de ditar quando determinados eventos fossem realizados para que pudessem ser transmitidos ao vivo em horário nobre nos Estados Unidos. O resultado desses esforços foram mistos: os índices para os Jogos de Inverno de 2006, realizados em Turim, Itália, foram significativamente menores do que aqueles para os Jogos de 2002, enquanto houve um aumento acentuado na audiência para as Olimpíadas de 2008, realizada em Pequim.

Controvérsia

A venda da marca olímpica tem sido um tanto controversa. O argumento é que os Jogos se tornaram indistinguíveis de qualquer outro espectáculo desportivo comercializado. Críticas específicas foram dirigidas ao COI para a saturação do mercado durante os Jogos de Atlanta 1996 e Sydney 2000. As cidades foram inundadas de empresas e comerciantes tentando vender mercadorias relacionados com a Olimpíada. O COI mencionou que iria visar isso para evitar espetáculos de marketing em jogos futuros. Outra crítica é que os Jogos são financiados por cidades anfitriãs e os governos nacionais, o COI incorre em nenhum custo, mas controla todos os direitos e os lucros dos símbolos olímpicos. O COI também tem uma percentagem de todas as receitas de patrocínio e de transmissão. Cidades-sede continuam ardentemente a competir pelo direito de sediar os Jogos, embora não haja certeza de que vão ganhar de volta seus investimentos.

Símbolos

                                                     bandeira  olímpica
O Movimento Olímpico utiliza símbolos para representar os ideais consagrados na Carta Olímpica. O símbolo olímpico, mais conhecido como os anéis olímpicos, é composto por cinco anéis entrelaçados, representando a união dos cinco continentes habitados (considerando as Américas do Norte e do Sul como um continente único). A versão colorida dos anéis, azul, amarelo, preto, verde e vermelho sobre um fundo branco, forma a bandeira olímpica. As cores foram escolhidas porque cada nação tinha, pelo menos, uma delas em sua bandeira nacional. A bandeira foi adotada em 1914, mas voou pela primeira vez apenas em 1920 nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, na Bélgica. Desde então, foi hasteada em cada celebração dos Jogos.
lema olímpico é "Citius, Altius, Fortius", uma expressão latina que significa "mais rápido, mais alto, mais forte". Os ideais de Coubertin são melhores expressos no juramento olímpico:

A coisa mais importante nos Jogos Olímpicos não é vencer, mas participar, assim como a coisa mais importante na vida não é o triunfo, mas a luta. O essencial não é ter vencido, mas ter lutado bem.


Meses antes de cada edição dos Jogos, a chama olímpica é acesa em Olímpia, em uma cerimônia que reflete antigos rituais gregos. A performista, atuando como uma sacerdotisa acende uma lanterna, colocando-a dentro de um espelho parabólico que concentra os raios do sol; ela, em seguida, acende as luzes da tocha do portador de retransmissão em primeiro lugar, iniciando assim o revezamento da tocha olímpica que vai levar a chama ao estádio olímpico da cidade anfitriã dos Jogos, onde desempenha um papel importante na cerimônia de abertura. Embora o fogo tem sido um símbolo olímpico desde 1928, o revezamento da tocha foi introduzida nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936 , como parte da tentativa do governo alemão para promover a sua ideologia socialista nacional.
mascote olímpico, um animal ou uma figura humana que representa o patrimônio cultural do país anfitrião, foi introduzido em 1968. Ele desempenhou um papel importante na promoção da identidade dos Jogos desde o Jogos Olímpicos de Verão de 1980, quando o filhote de urso russo Misha atingiu o estrelato internacional. Os mascotes dos últimos Jogos Olímpicos de Verão, em Pequim, foram os Fuwa, cinco criaturas que representam os cinco elementos do Feng Shui, os de maior importância na cultura chinesa.

Cerimônias

Abertura

 A cena da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 1984 em Los Angeles. 

Conforme estipulado pela Carta Olímpica, vários elementos enquadram a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. A maioria destes rituais foram criados em 1920 nos Jogos Olímpicos de Antuérpia. A cerimônia tipicamente começa com o hastear da bandeira do país anfitrião e uma performance de seu hino nacional. O país anfitrião, em seguida, apresenta manifestações artísticas de música, canto, dança e representação teatral de sua cultura. As apresentações artísticas têm crescido em dimensão e complexidade na tentativa das cidades-sedes de fornecer uma cerimônia que supere sua antecessora em termos de memorização. A cerimônia de abertura dos Jogos de Pequim custou 100 milhões de dólares, com parte dos custos suportados no segmento artístico.
Após a parte artística da cerimônia, o desfile de atletas para o estádio agrupados por país. A Grécia é tradicionalmente a primeira nação a entrar com o intuito de honrar as origens dos Jogos Olímpicos. Das nações, em seguida, entram no estádio em ordem alfabética de acordo com o idioma escolhido do país-sede, com os atletas deste sendo os últimos a entrarem. Durante asOlimpíadas de 2004, que foram realizados em Atenas, na Grécia, a bandeira grega abriu o desfile das nações e a delegação do país encerrou o mesmo. Discursos são dados, formalmente abrindo os Jogos. Finalmente, a tocha olímpica é levada para o estádio e é passada de mão em mão até chegar ao portador final da tocha, muitas vezes um bem conhecido e bem sucedido atleta olímpico da nação anfitriã, que acende a chama olímpica na pira do estádio.

Encerramento

 Atletas se reúnem no estádio durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2008.

A cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos ocorre após todos os eventos desportivos terem sido concluídos. Porta-bandeiras de cada país participante entram no estádio, seguidos pelos atletas que entram juntos, sem qualquer distinção nacional. Três bandeiras nacionais são hasteadas enquanto os hinos nacionais correspondentes são tocados: a bandeira da Grécia, para homenagear o berço dos Jogos Olímpicos, a bandeira do país anfitrião, e a bandeira do país dos próximos Jogos Olímpicos. O presidente do comitê organizador e presidente do COI fazem seus discursos de encerramento, os Jogos são oficialmente encerrados, e a chama olímpica é apagada. Na Cerimônia de Antuérpia, o prefeito da cidade, que organizou os Jogos Olímpicos transferiu uma bandeira especial do presidente do COI, que depois passou para o prefeito da cidade anfitriã dos próximos Jogos Olímpicos. Após estes elementos obrigatórios, o país anfitrião seguinte apresenta-se brevemente com exposições artísticas de dança e teatro representante de sua cultura.

Entrega de medalhas

         Uma cerimônia de medalhas durante os Jogos Olímpicos de Verão de 2008.
A cerimônia de entrega de medalha é realizada após a realização de cada evento olímpico. O vencedor, segundo e terceiro lugar concorrentes ou equipes estão no alto de uma tribuna em três níveis e são atribuídas suas respectivas medalhas. Após as medalhas serem distribuídas por um membro do COI, as bandeiras nacionais dos três medalhistas são levantadas enquanto o hino nacional do país do medalhista de ouro é executado. Cidadãos voluntários do país-sede também atuam como anfitriões durante a cerimônia de medalhas, já que ajudam os funcionários a entregarem as medalhas e atuam como porta-bandeiras. Para cada modalidade olímpica, a respectiva cerimônia de medalhas é realizada, no máximo, um dia depois do final do evento. Para a maratona masculina, a competição é normalmente realizada no início da manhã do último dia de competição olímpica e a sua cerimônia de medalhas, em seguida, é realizada à noite durante a cerimônia de encerramento.

Esportes

O programa dos Jogos Olímpicos consiste de 26 esportes, 30 disciplinas e cerca de 300 provas. Por exemplo, a luta é um esporte dos Jogos Olímpicos de Verão, que inclui duas disciplinas:greco-romana e livre. É dividido em catorze provas para homens e quatro para as mulheres, cada um representando uma classe de peso. Os Jogos Olímpicos de Verão inclui 26 programas esportivos, enquanto os Jogos Olímpicos de Inverno apresentam quinze programas esportivos. Atletismonataçãoesgrimaginástica artística são os únicos esportes de verão que nunca estiveram ausentes do programa olímpico. Esqui de fundo (ou esqui cross-country), patinação artística no gelohóquei no gelocombinado nórdicosalto de esqui e patinação de velocidade, tendo estado em todas as Olimpíadas de Inverno desde a criação em 1924. Atuais esportes olímpicos, como badmintonbasquetebol e voleibol, apareceram no primeiro programa, comoesportes de demonstração, e depois foram selecionados ao quadro completo dos esportes olímpicos. Alguns esportes que foram destaques em jogos anteriores foram retirados do programa.
Os esportes olímpicos são governados pelas Federações Internacionais (FIs), reconhecido pelo COI como os supervisores dos esportes globais. Há 35 federações representadas no COI. Não são reconhecidos pelo COI esportes que não estão incluídos no programa olímpico. Estes não são considerados esportes olímpicos, mas podem ser promovidos a este status durante uma revisão do programa que ocorre após a primeira sessão do COI, em comemoração dos Jogos Olímpicos. Durante tais revisões, esportes podem ser excluídos ou incluídos no programa, com base em uma maioria de dois terços dos membros do COI. Há esportes reconhecidos que nunca estiveram em um programa olímpico, a qualquer título, incluindo xadrez e surfe.
Em outubro e em novembro de 2004, o COI estabeleceu uma comissão do Programa Olímpico, que foi encarregada de analisar o esporte no programa olímpico e todos os esportes não-olímpicos reconhecidos. Era o objetivo para aplicar a abordagem sistemática à criação do programa olímpico para cada celebração dos Jogos. A Comissão formulou sete critérios para julgar se um esporte deve ser incluído no programa olímpico. Estes critérios são a história e a tradição do esporte, a universalidade, a popularidade do esporte, a imagem, a saúde dos atletas, o desenvolvimento da Federação Internacional que rege o esporte e os custos de exploração do esporte. A partir deste estudo de cinco esportes reconhecidos surgiram como candidatos para inclusão na Olimpíadas 2012: golfekaratêrugbysquash e patinação. Esses esportes foram revistos pelo Conselho Executivo do COI e, então, encaminhada para a sessão geral em Cingapura, em julho de 2005. Dos cinco esportes recomendados para a inclusão apenas dois foram selecionados como finalistas: caratê e squash. Nenhum esporte alcançou dois terços de votos necessários e, consequentemente, não foram selecionados para o programa olímpico. Em outubro de 2009, o COI elegeu o golfe e o rugby como esportes olímpicos para os Jogos Olímpicos de 2016 e 2020.
A 114ª Sessão do COI, em 2002, o programa dos Jogos Olímpicos limitou a um máximo de 28 esportes, 301 eventos e 10 500 atletas. Três anos mais tarde, na 117ª Sessão do COI, a primeira grande revisão do programa foi realizada, o que resultou na exclusão do beisebol e softbol do programa oficial dos Jogos de Londres 2012. Como não houve acordo para a promoção de dois outros esportes, o programa de 2012 contará com apenas 26 esportes. Os Jogos de 2016 e 2020 voltarão a ter o máximo de 28 esportes, com a adição do rugby sevens e golfe.

Amadorismo e profissionalismo


 Jogadores profissionais da NHL foram autorizados a participar do hóquei no gelo a partir de 1998 (decisão da medalha de ouro entre a Rússia e a República Checa, na foto).
ethos da aristocracia como exemplificado na Independent School muito influenciou Pierre de Coubertin. As escolas independentes baseavam-se na crença de que o esporte forma uma parte importante da educação, a partir do lema mens sana in corpore sano, uma mente sã num corpo sadio. Neste espírito, uma pessoa tornava-se melhor em vários aspectos, não o melhor em uma coisa específica. Houve também um conceito dominante de justiça, em que praticar ou treinar era considerado uma trapaça. Aqueles que praticavam o esporte profissionalmente eram considerados como tendo uma vantagem injusta sobre aqueles que meramente praticavam como um hobby.
A exclusão dos profissionais causou diversas polêmicas ao longo da história das Olimpíadas modernas. O campeão olímpico de 1912 no pentatlo e decatlo Jim Thorpe perdeu as medalhas quando foi descoberto que tinha jogado beisebol semi-profissional antes dos Jogos Olímpicos. Suas medalhas foram restauradas pelo COI em 1983 por motivos de compaixão. Esquiadores suíços e austríacos boicotaram os Jogos Olímpicos de Inverno de 1936 em apoio a seus professores de esqui, que não estavam autorizados a competir porque eles haviam ganhado dinheiro com o seu esporte e foram considerados profissionais.
Como a estrutura de classe evoluiu ao longo do século 20, a definição do atleta amador como um "cavalheiro aristocrático" tornou-se ultrapassada. O advento do Estado-patrocinador pelo "atleta amador em tempo integral" dos países do Bloco Oriental corroeu a ideologia do amadorismo puro, colocando os amadores autofinanciados dos países ocidentais em desvantagem. No entanto, o COI seguiu com as regras tradicionais sobre amadorismo. A partir de 1970, os requisitos de amadorismo foram gradualmente eliminados da Carta Olímpica. Depois dos Jogos de 1988, o COI decidiu autorizar que atletas profissionais participassem dos Jogos Olímpicos, sujeito à aprovação das FIs. Desde 2004 os únicos esportes em que não há profissionais competindo são boxe e luta, exigindo uma definição de amadorismo com base nas regras da luta, em vez de pagamento. Alguns boxeadores e lutadores recebem prêmios em dinheiro de seus Comitês Olímpicos Nacionais. No futebol masculino, apenas três jogadores com idade superior a 23 são elegíveis para a participação por equipe no torneio olímpico. Isto é feito para manter um nível de amadorismo, e para assegurar a primazia da Copa do Mundo.

Controvérsias

Boicotes

O Conselho Olímpico da Irlanda boicotou os Jogos de Berlim em 1936, devido o COI ter insistido que sua equipe se restringia ao Estado Livre Irlandês, em vez de representar toda a ilha da Irlanda. Houve dois boicotes dos Jogos Olímpicos de Melbourne em 1956: HolandaEspanha e Suíça recusaram-se a comparecer devido à repressão da revolta húngara pela União SoviéticaCambojaEgitoIraque e Líbano boicotaram os Jogos devido à crise de Suez. Em 1972 e 1976, um grande número de países africanos ameaçaram o COI com um boicote ao forçá-los a proibição da África do Sul e da Rodésia, por causa de seu regime segregacionista. Também a Nova Zelândia foi um dos motivos ao boicote africano, porque a Seleção Neozelandesa de Râguebi excursionou na África do Sul de regime declaradamente apartheid. O COI concedeu nos dois primeiros casos, mas se recusou a proibição de Nova Zelândia, alegando que o râguebi não era um esporte olímpico. Cumprindo a ameaça, vinte países africanos juntaram-se ao Iraque e aGuiana liderada pela Tanzânia na retirada a partir dos Jogos de Montreal, depois que alguns de seus atletas já haviam competido. Taiwan, também decidiu boicotar estes jogos porque a República Popular da China (RPC), exerceu pressão sobre o Comitê organizador de Montreal para manter a delegação da República da China (RC) competir sob esse nome. A RC refutou o compromisso proposto que ainda lhes permitia usar o hino e a bandeira da República da China, desde que o nome fosse mudado. Taiwan novamente não participou até 1984, quando retornou com o nome de Taipé Chinês e com um bandeira e o hino especial.
Em 1980 e 1984, os adversários da Guerra Fria boicotaram cada um dos Jogos do outro. Sessenta e cinco nações recusaram-se a competir nos Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 devido à invasão soviética do Afeganistão. Este boicote reduziu o número de participantes para 81 nações, o número mais baixo desde 1956. A União Soviética e catorze dos seus parceiros do Bloco do Leste (com exceção da Romênia) contrariaram boicotando os Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1984, alegando garantia de que eles não poderiam garantir a segurança dos seus atletas. Funcionários soviéticos defenderam a decisão de se retirar dos Jogos dizendo que os sentimentos "chauvinistas e uma histeria anti-soviética estão sendo instigados até nos Estados Unidos." As nações do bloco oriental organizaram seu próprio evento alternativo, os Jogos da Amizade, em julho e agosto.
Havia crescido o pedido de boicote aos produtos chineses e as Olimpíada de 2008 em Pequim, em protesto contra a situação dos direitos humanos, e em resposta às perturbações no Tibete e em conflito no Darfur. Em última análise, nenhuma nação apoiou o boicote. Em agosto de 2008, o governo da Geórgia clamou por um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, a ser realizada em Sóchi, na Rússia, em resposta à participação da Rússia naGuerra na Ossétia do Sul em 2008. O Comitê Olímpico Internacional respondeu as preocupações sobre o estado dos jogos de 2014, afirmando que "é prematuro fazer juízos sobre a forma de como os eventos acontecem hoje para com um evento a ser realizado daqui a seis anos".

Política

Jesse Owens ao pódio depois de vencer o salto em distância nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936.

Os Jogos Olímpicos têm sido usados como uma plataforma para promover ideologias políticas quase desde o início. Alemanha nazista desejava retratar o Partido Nacional Socialistacomo benevolente e amante da paz quando organizou os Jogos de 1936. Os jogos também foram destinados a demonstrar a superioridade da raça ariana, uma meta que não foi realizada em parte devido as conquistas de atletas como Jesse Owens que ganhou quatro medalhas de ouro nesta Olimpíada. A União Soviética não participou até os Jogos Olímpicos de Helsinque em 1952. Em vez disso, a partir de 1928, os soviéticos organizaram um evento esportivo internacional chamado Spartakiada. Outros países comunistas organizaram Olimpíadas dos Trabalhadores durante o período entre as guerras dos anos 1920 e 1930. Esses eventos foram realizados como uma alternativa para os Jogos Olímpicos, os quais eram percebidos como um evento capitalista e da nobreza. Não era, até os Jogos de 1956 que os soviéticos emergiram como uma superpotência esportiva e, ao fazê-lo, tomou proveito da publicidade que veio com vitória nos Jogos Olímpicos.
Atletas individuais também utilizaram os jogos para promover sua agenda política própria. Nos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México, dois corredores americanos, Tommie Smith e John Carlos, que terminaram em primeiro e terceiro nos 200 metros rasos, realizaram a saudação do Black Power no pódio. O segundo lugar Peter Norman usou o crachá do projeto olímpico para os Direitos Humanos em apoio a Smith e Carlos. Em resposta ao protesto, o presidente do COI, Avery Brundage disse ao Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) que enviasse os dois atletas para casa ou retiraria a equipe de atletismo de campo. O USOC optou pela primeira.
Atualmente, o Governo do Irã tomou medidas para evitar qualquer concorrência entre os seus atletas e os de Israel. Um judoca iraniano não quis competir em uma partida contra um israelense durante as Olimpíadas de 2004. Embora ele tenha sido oficialmente desclassificado por excesso de peso, Arash Miresmaeli recebeu 125.000 dólares em prêmios monetários por parte do governo iraniano, um montante pago a todos os ganhadores de medalha de ouro iraniano. Ele foi oficialmente inocentado de deliberadamente evitar o ataque, mas a sua recepção do prêmio em dinheiro levantou suspeita.

Uso de drogas de aumento do desempenho

             Thomas J. Hicks correndo a maratonanos Jogos Olímpicos de Verão de 1904

No início do século XX, muitos atletas olímpicos começaram a usar drogas para melhorar suas habilidades atléticas. Por exemplo, o vencedor da maratona nos Jogos de 1904, Thomas J. Hicks, recebeu estricnina e conhaque do seu técnico. A morte olímpica apenas ligada ao doping ocorreu nos Jogos de Roma de 1960. Durante a corrida de ciclismo de estrada, o ciclista dinamarquês Knud Enemark Jensen caiu de bicicleta e morreu mais tarde. Um legista do inquérito concluiu que ele estava sob o efeito de anfetaminas. Em meados da década de 1960, federações desportivas estavam começando a proibição do uso de drogas de elevação do desempenho, em 1967 o COI seguiu o exemplo.
O primeiro atleta olímpico a teste positivo para o uso de drogas de aumento do desempenho foi Hans-Gunnar Liljenwall, um pentatleta sueco no Jogos Olímpicos de 1968, que perdeu sua medalha de bronze por uso do álcool. A desqualificação mais divulgada de doping relacionada era do velocista canadense Ben Johnson que ganhou os 100 metros rasos em 1988 na Olimpíada de Seul, mas seu teste acusou positivo para estanozolol. Sua medalha de ouro foi cassada e posteriormente atribuída ao vice-campeão Carl Lewis, que teve seu teste acusado positivo para substâncias proibidas antes das Olimpíadas.
No final de 1990, o COI tomou a iniciativa de forma mais organizada na batalha contra o doping, formando a Agência Mundial Antidoping (WADA) em 1999. Houve um aumento acentuado nos testes positivos de drogas nas Olimpíadas de 2000 e nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Vários medalhistas no levantamento de peso e esqui cross-country foram desqualificados por doping. Durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, apenas um atleta foi pego em um teste de drogas e teve sua medalha revogada. O regime de testes de drogas do COI (agora conhecido como o padrão olímpico) tem se firmado como referência mundial que outras federações em torno do mundo tentam imitar. Durante os jogos de Pequim, 3 667 atletas foram testados pelo COI sob os auspícios da Agência Mundial Antidoping. Ambos os testes de urina e de sangue foram usadas para detectar substâncias proibidas. Muitos atletas foram impedidos de concorrer pelo Comitês Olímpicos Nacionais antes dos Jogos, apenas três atletas foram flagrados nos testes de drogas enquanto competiam em Pequim.

Violência

Os Jogos Olímpicos não trouxe paz duradoura para o mundo, mesmo durante as celebrações dos Jogos. Na verdade, três olimpíadas tiveram que passar sem uma celebração dos Jogos por causa da guerra: os Jogos de 1916 foram cancelados devido a I Guerra Mundial, e os jogos de verão e inverno de 1940 e 1944 foram cancelados devido à Segunda Guerra Mundial. A guerra na Ossétia do Sul entre a Geórgia e Rússia irrompeu no dia da abertura dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim. Tanto o Presidente George W. Bush e o Primeiro Ministro Vladimir Putin nas Olimpíadas estavam assistindo nesse momento e falaram juntos sobre o conflito em um almoço oferecido pelo presidente chinês, Hu Jintao. Quando Nino Salukvadze da Geórgia, ganhou a medalha de bronze na competição de pistola de ar 10 metros, ela ficou no pódio com a medalha de Natalia Paderina, uma atiradora russa que ganhou a prata. No que se tornou um acontecimento muito divulgado a partir dos Jogos de Pequim, Salukvadze abraçou Paderina no pódio após o fim da cerimônia.
Terrorismo também tem ameaçado os Jogos Olímpicos. Em 1972, quando os Jogos Olímpicos foram realizados em MuniqueBavieraAlemanha, onze membros da equipe olímpica de Israel foram feitos reféns pelo grupo terroristaSetembro Negro, em que agora é conhecido como o massacre de Munique. Os terroristas mataram dois dos atletas, logo após eles terem sido tomados como reféns e outros nove durante uma falhada tentativa de libertação. Um policial alemão e cinco terroristas também morreram. Durante os Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, uma bomba explodiu no Centennial Olympic Park, matando dois espectadores e ferindo outros 111. A bomba foi detonada pelo americano Eric Robert Rudolph, um terrorista doméstico, que atualmente está servindo uma sentença de prisão perpétua pelo atentado.

Campeões e medalhistas

Os atletas ou equipes que ficavam em primeiro lugar, segundo ou terceiro recebiam medalhas em cada evento. Os vencedores recebem medalhas de ouro, que eram de ouro maciço até 1912, seguida de prata dourada e prata banhada a ouro agora. Cada medalha de ouro deve conter, no mínimo, seis gramas de ouro puro. Os vice-campeões recebem medalhas de prata e os atletas terceiros lugares são premiados com medalhas de bronze. Em eventos contestados por um torneio de eliminatória simples (principalmente de boxe), o terceiro lugar não pode ser determinado e ambos perdedores semifinalistas recebem medalhas de bronze. Na Olimpíada de 1896 apenas os dois primeiros receberam uma medalha, de prata e bronze para o primeiro e para o segundo. O formato atual de três medalhas foi introduzido nos Jogos Olímpicos de 1904. De 1948 em diante atletas da quarta, quinta e sexta colocação recebiam certificados, que ficou oficialmente conhecido como diplomas da vitória; em 1984 diplomas da vitória para os finalistas do sétimo e oitavo lugar foram acrescentados. Nos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004, os medalhistas de ouro, prata e bronze também receberam coroas de oliva. O COI não mantém estatísticas de medalhas conquistadas, mas os Comitês Olímpicos Nacionais e a mídia registram como uma medida de sucesso.

O país anfitrião e a cidade-sede

A cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos é escolhida normalmente sete anos antes da sua celebração. O processo de seleção é realizado em duas fases que abrangem um período de dois anos. O potencial da cidade anfitriã é aferido pelo Comitê Olímpico do país e, se mais de uma cidade do mesmo país apresenta uma proposta para o CON, normalmente, o Comitê Nacional realiza uma seleção interna, já que apenas uma cidade por CON pode ser apresentada ao Comitê Olímpico Internacional para apreciação. Uma vez que o prazo para apresentação de propostas pelos CONs é esgotado, a primeira fase (postulação, application) começa com as cidades pré-candidatas respondendo um questionário sobre diversos critérios-chave relacionados com a organização dos Jogos Olímpicos. Dessa forma, os candidatos devem dar garantias de que irão respeitar a Carta Olímpica e outros regulamentos estabelecidos pelo Comitê Executivo do COI. A avaliação dos questionários preenchidos por um grupo especializado fornece ao COI uma visão geral do projeto de cada candidato e seu potencial de sediar os Jogos. Com base nesta avaliação técnica, a Câmara Executiva do COI escolhe as cidades que vão para a fase de candidatura.
Uma vez que as cidades candidatas são selecionadas, devem apresentar ao COI a maior e mais detalhada apresentação do projeto como parte de um arquivo de candidatura. Cada cidade é cuidadosamente analisada por uma comissão de avaliação. Esta comissão irá visitar as cidades candidatas entrevistando funcionários e inspecionando potenciais locais de competição, e apresenta um relatório sobre a apreciação um mês antes da decisão final do COI. Durante o processo a cidade candidata deve garantir também que será capaz de financiar os Jogos. Após os trabalhos da comissão de avaliação, a lista das candidatas é apresentada na Sessão Geral do COI, que é montada em um país que não deve ter uma cidade candidata na disputa. Os membros do COI reunidos em sessão fazem a votação final para a escolha da cidade anfitriã. Uma vez eleito, o comitê de candidatura da cidade eleita (em conjunto com o CON do respectivo país), assina um contrato de cidade anfitriã com o COI, oficialmente tornando-se uma cidade-sede das Olimpíadas e um país-sede.
Até 2016, os Jogos Olímpicos terão sido disputados em 44 cidades em 23 países, mas por cidades fora da Europa e América do Norte em apenas oito ocasiões. Os primeiros Jogos Olímpicos sediados fora dessas regiões foram em Melbourne 1956 e os primeiros em solo latino-americano foram as Olimpíadas da Cidade do México. Desde os Jogos Olímpicos de SeulCoreia do Sul, os jogos foram realizados na Ásia ou na Oceania quatro vezes, um forte aumento em relação aos anteriores 92 anos de história olímpica moderna. Os Jogos de 2016 no Rio de Janeiro serão os primeiros em um país sul-americano. Até o momento nenhuma candidatura da África foi eleita.
Os Estados Unidos já sediaram quatro olimpíadas de verão e quatro de inverno, mais que qualquer outra nação. Entre as nações sede dos Jogos Olímpicos de Verão, o Reino Unido, foi o anfitrião de dois jogos, e sediará a terceira Olimpíada, em 2012, em Londres, tornando Londres, a única cidade a sediar por três vezes. AlemanhaAustráliaFrança,Grécia sediaram os Jogos Olímpicos de Verão por duas vezes.
Quanto as Olimpíadas de Inverno, a França já sediou três jogos, enquanto SuíçaÁustriaNoruegaJapão e Itália sediaram duas vezes cada um. Os jogos mais recentes foram realizados em Vancouver, a segunda Olimpíada de Inverno no Canadá e terceira ao todo. Os próximos Jogos de Inverno serão em Sóchi, na Rússia em 2014, a primeira vez que o país receberá os jogos como nação independente.